Escola de Formação da SPC revela a vontade dos cardiologistas em «melhorarem a sua prática clínica»
Face aos progressos constantes na área da Cardiologia, “é uma obrigação manter os profissionais de saúde atualizados”, considera Ricardo Fontes-Carvalho, cardiologista e responsável pelo “Curso de Revisão e Atualização em Medicina Cardiovascular”. A formação reuniu, em Lisboa, perto de duas centenas e meia de participantes e esteve a cargo da Escola de Formação Pós-Graduada da Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC).
Ricardo Fontes-Carvalho referiu que o curso se baseou em quatro lemas: “Atualização, devido à constante evolução da especialidade; evidência clínica, fazendo-se uma revisão dos últimos estudos, ensaios clínicos e guidelines; prática clínica, para aplicação no dia-a-dia; e discussão, como forma de integração do conhecimento.”
Entre as matérias abordadas, de destacar as tendências e desafios na prevenção cardiovascular em 2017, a abordagem e tratamento da insuficiência cardíaca, a doença valvular e a fibrilação auricular e ainda a inovação na prática clínica em Cardiologia.
Para o médico do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, este tipo de cursos é uma resposta à atualização que se exige a estes especialistas, que têm sido confrontados, nos últimos anos, com um crescimento enorme da Cardiologia.
“Os avanços no diagnóstico, na prevenção e no tratamento da doença cardiovascular permitiram algo de notável na área da Medicina: em apenas duas décadas, ocorreu uma redução de 40% da mortalidade ajustada por doença deste foro”, frisou.
Mais, “nos últimos 30 anos, a esperança média de vida aumentou 8 anos, estimando-se que pelo menos 6 destes anos sejam devidos à redução do impacto das doenças cardiovasculares”.
Ricardo Fontes-Carvalho realçou a “qualidade das apresentações e da discussão, claramente acima da média”. O elevado número de participantes revelou também “a grande dinâmica da Cardiologia portuguesa e a vontade de todos os cardiologistas em atualizarem-se e melhorarem a sua prática clínica, o que resulta em benefício para os utentes”.
Pontos de vista partilhados por Miguel Mendes, presidente da SPC, que, na sessão de abertura do curso, o considerou “a pedra angular da Escola”. E acrescentou que a iniciativa “é para ser repetida todos os anos, porque aquilo que de mais valioso tem a SPC é o conhecimento, que tem de ser partilhado e refrescado a cada ano que passa, porque a Cardiologia é uma área de conhecimento extraordinária”.