Encontro de Outono da APMGF conseguiu «agregar os mais de 20 grupos de estudo da Associação»
Ao intervir da sessão de abertura do Encontro de Outono da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), o bastonário da Ordem dos Médicos deixou claro que a reforma em curso representa “um risco” para os Cuidados de Saúde Primários (CSP). Carlos Cortes também elogiou a especialidade de MGF e o trabalho desenvolvido pela APMGF.
Carlos Cortes alertou, mais uma vez, para “o risco que representa para os Cuidados de Saúde Primários” a reforma em curso e que assenta, fundamentalmente, na aposta feita no modelo de Unidade Local de Saúde. E justifica a sua “preocupação” garantindo que “esta reforma não está a ser uma integração dos cuidados de saúde, mas sim, fundamentalmente, uma integração da gestão dos cuidados de saúde”, no fundo, pondo em causa o papel importante que os CSP têm.
“É preciso termos cuidado!”, avisou, destacando, logo de seguida, “os aspetos ligados à literacia, à promoção da saúde e à prevenção das doenças que os CSP tão bem desenvolvem, mas de que, infelizmente, o poder político se esquece e não valoriza, falando muito, mas concretizando pouco”.
Carlos Cortes: “O MF tem um papel absolutamente imprescindível na sociedade portuguesa.”
Expressando o seu reconhecimento por aquilo que a Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar tem feito em defesa da especialidade de MGF, “tomando posições muito justas e muito corretas sobre o papel que o médico de família tem que ter no enquadramento da prestação dos cuidados de saúde”, frisou ser esse um “papel absolutamente imprescindível” e “diferenciador” na sociedade portuguesa.
“A MGF é uma especialidade com características muito particulares, que permitem uma ligação, como mais nenhuma outra tem, com as pessoas, com a comunidade, com as famílias, estabelecendo uma relação médico-doente única”, sublinhou o bastonário da OM.

O elogio ao “trabalho espetacular” da Comissão Organizadora
Ao usar da palavra, o presidente da APMGF começou por elogiar o “trabalho espetacular” da Comissão Organizadora do Encontro do Outono, um evento que classificou de “muito diversificado e inovador”, desde logo pelo facto de agregar os mais de 20 grupos de estudo da Associação e ainda os internos e jovens MF.
Nuno Jacinto não deixou, entretanto, de sublinhar que preside a “uma Associação que não se conforma, que se inquieta, que procura inovar e que não fica acantonada”.
De referir que a cerimónia de abertura foi conduzida por Ana Luís Pereira, que partilhou a presidência do Encontro com Jonathan dos Santos e José Pedro Antunes. Os três médicos de família foram convidados pela APMGF para assumir essa tarefa, que resultou num evento de três dias, decorrendo entre 21 e 23 de novembro, e que registou quase 600 participantes.
José Pedro Antunes, Ana Luís Pereira e Jonathan dos Santos


