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Diagnóstico da tuberculose: «O teste molecular veio trazer uma rapidez e eficiência enorme»

"O problema da tuberculose está exactamente no tempo que demora a ser diagnosticada", afirma Helena Silva, diretora do Serviço de Patologia Clínica do Centro Hospitalar do Médio Ave (CHMA).

De acordo com a médica, "frequentemente os sintomas são ignorados, e enquanto não é diagnosticada, existe um risco acrescido de propagação da doença". E é, neste contexto, que destaca a importância do teste molecular, "pois veio trazer uma rapidez e uma eficiência de diagnóstico enorme”.

E acrescenta: “Passou-se de esperar 60 dias, com o exame cultural com sensibilidade baixa e que obriga a ter profissionais muito treinados, para duas horas já com o padrão de resistência. Ou seja, não é só o diagnóstico da estirpe, mas é também o padrão de resistência associado a essa estirpe que é extremamente importante para instituir de imediato a terapêutica de primeira linha”.

“Em qualquer amostra biológica, sempre que o doente tenha suspeita de tuberculose começamos por fazer o exame direto e em seguida o teste de amplificação de ácidos nucleicos. Fazêmo-lo por ser um teste rápido e imediato e que podemos fazer na urgência”.



Helena Silva

A especialista adianta que, na sua unidade hospitalar, “desde 2019, altura em que instituímos a metodologia por biologia molecular, tivemos 2.564 amostras para processamento de Mycobacterium tuberculosis. Deste grupo, tivemos 55 amostras positivas que correspondiam a 52 doentes. Considero que seja uma taxa de prevalência idêntica há que temos observado nos últimos anos e alinhada com os números reportados pela OMS”.

E que mensagem é importante reforçar junto de utentes e profissionais? “Os doentes não podem ignorar os sintomas e adiar a ida ao médico porque podem estar a pôr em risco em risco a família, e os contactos mais directos. Portanto, é importante fazermos um diagnóstico mais rápido, mantermos um reporte atualizado e conseguirmos desenvolver estratégias a nível mundial”.



"Experiências no diagnóstico molecular da tuberculose em Portugal"

Helena Silva irá desenvolver o tema e partilhar a experiência do Serviço de Patologia Clínica do CHMA num webinar que se realiza dia 25 de maio. A médica é a oradora convidada da iniciativa promovida pela Cepheid e intitulada "Experiências no diagnóstico molecular da tuberculose em Portugal".

A sessão, de inscrição gratuita, tem início às 14h00. A iniciativa poderá ser de particular interesse para patologistas, microbiologistas, pneumologistas, infeciologistas e médicos de família, no entanto, está aberta a todos os profissionais de saúde com interesse no tema. "Todos serão muito bem vindos", afirma Helena Silva. 

Na apresentação do webinar, é salientado que, associado à "diminuição progressiva dos casos de Tuberculose em Portugal, verifica-se uma tendência crescente na média de dias até ao diagnóstico, resultando num diagnóstico tardio". A consequência é evidente: "um maior risco de contagiosidade que apenas é quebrada com o diagnóstico e início do tratamento."

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