Gestão em saúde: plataforma lusófona vai «estabelecer pontes entre países»

A criação de uma plataforma comum para que se estabeleçam sinergias futuras foi o grande objetivo do workshop “Gestão em Saúde nos Países de Língua Portuguesa”, que decorreu esta quarta-feira, no âmbito do 27.º Congresso da Associação Europeia de Gestores Hospitalares, a decorrer em Cascais.



“O que se pretende é estabelecer pontes entre os países, no sentido de se prestarem melhores cuidados de saúde, que dependem muito da competência e da qualidade da gestão dos serviços de saúde”, frisou Alexandre Lourenço, presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH).

Ao intervir na sessão de abertura do workshop, relembrou o quão importante foi integrar este momento num evento europeu com estas características, para que “os países da CPLP possam estar a par das novidades da Europa”.



Aquele responsável fez ainda questão de agradecer o apoio institucional da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa na sua realização, sublinhando que “a multilateralidade é parte integrante da nossa cultura e é mais importante trabalhar em conjunto do que criar oportunidades bilaterais”.

Uma iniciativa que "fomenta a cooperação"

Representando a CPLP esteve presente Manuel Lapão, seu diretor da Cooperação, que também destacou a ligação entre os vários povos. “É precisamente na área da Saúde que temos uma experiência importante em termos de multilateralidade, igualdade e cooperação”, afirmou.

Sublinhou ainda que “a CPLP, mais que um desafio, é uma oportunidade para a cooperação e para o estreitamento das relações”, nomeadamente na saúde, e salientou o trabalho desenvolvido no âmbito da Saúde Tropical, na qual a Comunidade tem “um posicionamento muito forte”.

O diretor relembrou ainda que foi aprovado o Plano Estratégico de Cooperação em Saúde 2018-2021 da CPLP, o qual tem em foco “a necessidade de garantir a eficiência e eficácia dos sistemas nacionais de saúde”.



Marta Temido, subdiretora do Instituto de Higiene e Medicina Tropical, realçou os resultados da cooperação entre os países de Língua Portuguesa. “Todos os que trabalham em Gestão em Saúde têm conseguido, ao longo dos últimos anos, melhorar resultados em saúde, apesar das diferenças de contexto. Se Portugal enfrenta o fardo das doenças não transmissíveis, outros necessitam ainda de dar resposta também às infetocontagiosas.” Melhorias que, como mencionou, se deveram “ao grande esforço de todos os profissionais de saúde, inclusive os gestores”.

Este espírito de cooperação e de partilha foi também enaltecido por Luís Miguel Fontoura, diretor comercial da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP). “Este tipo de iniciativas fomenta a cooperação quer em termos de saúde pública como de saúde privada”, para além de que “o facto de se falar a mesma língua facilita o diálogo”.


Manuel Lapão, Marta Temido, Delfim Rodrigues, Alexandre Lourenço e Luís Miguel Fontoura

O workshop foi presidido por Delfim Rodrigues, administrador hospitalar, que relembrou que “apenas com cooperação, equidade e igualdade se consegue trabalhar em conjunto e obter resultados que se traduzem nas expectativas cada vez mais elevadas de todos os povos”.


Francisco Balestrin e Constantina Furtado

Os palestrantes foram Francisco Balestrin, presidente da Federação Internacional dos Hospitais, que falou sobre “Os desafios na gestão das instituições de saúde – O Espaço Lusófono”, Constantina Furtado, do Ministério da Saúde de Angola, e Fernando Regateiro, presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, que abordaram a temática “Como construir pontes na gestão em saúde: desafios e oportunidades”.


Alguns dos participantes do workshop junto com os diversos intervenientes




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