Ginecologia/Obstetrícia de Portimão promove formação específica para médicos de família

Para colmatar as lacunas que existem na formação específica em Ginecologia dos especialistas em Medicina Geral e Familiar (MGF), o Serviço de Ginecologia/Obstetrícia da Unidade de Portimão do Centro Hospitalar do Algarve (CHA), dirigido por Fernando Guerreiro, decidiu organizar um curso de formação em Ginecologia Geral, que termina este sábado.

Realizado em parceria com a Associação de Formação e Investigação da Maternidade do Barlavento Algarvio (AFIMBA), esta primeira edição do curso decorre na Unidade Hospitalar de Portimão.

Em declarações à Just News, Fernando Guerreiro, que é também diretor do Departamento da Mulher, Criança e Adolescente do CHA, afirma que o objetivo da reunião, que se dirige a internos de MGF, orientadores de formação de MGF e a todos os médicos interessados no tema, é “tentar tornar a interligação entre a Medicina Geral e Familiar e a especialidade hospitalar mais compensatória não só para os médicos, mas também para as doentes”.

“Se os centros de saúde estiverem capacitados para tratar as situações mais comuns, os problemas que necessitam de cuidados mais diferenciados ficam reservados às consultas hospitalares”, menciona.



Nos últimos três anos, o Serviço de Ginecologia/Obstetrícia de Portimão tem levado a cabo diversas ações de formação nos centros de saúde do Barlavento Algarvio, incidindo sobre temas concretos solicitados pelos especialistas de MGF, sobretudo os mais comuns na sua prática clínica (como a patologia do colo uterino, as massas anexiais, os métodos anticoncetivos, o planeamento familiar e os miomas), abordando o seu diagnóstico, tratamento e referenciação.

Além disso, foram elaborados protocolos de referenciação com os centros de saúde do Barlavento Algarvio para as patologias mais frequentes na prática clínica da MGF. O intuito é, segundo Fernando Guerreiro, que “quando as doentes são referenciadas à instituição hospitalar tenham um diagnóstico mais preciso e, desta forma, não seja necessário realizar mais exames complementares de diagnóstico. para que depois o encaminhamento dentro da instituição hospitalar seja mais fácil nesse contexto”.

Outro dos motivos que conduziu à organização deste curso foi o facto de os especialistas em MGF terem uma necessidade curricular de 30 horas de formação com avaliação e existir uma lacuna nesta área.

Por outro lado, um dos desejos desta iniciativa é “ver os serviços de Ginecologia e Obstetrícia das unidades de Faro e de Portimão serem reconhecidos e respeitados a nível nacional”.



A ideia inicial era que o curso fosse para os internos de MGF e para os seus tutores do Algarve, mas depois a iniciativa foi adquirindo outra dimensão e foi permitido aos interessados de outras regiões do país, nomeadamente, Porto, Coimbra, Viseu, Setúbal, Barreiro e Santarém, inscreverem-se.

São formadores deste curso todos os especialistas do Serviço de Ginecologia/Obstetrícia da Unidade de Portimão do CHA e os internos das unidades de Portimão e de Faro que quiseram colaborar.

Estava estipulado um limite máximo de 40 inscrições, que veio depois a ser alargado para 60, devido ao grande número de interessados e, neste momento, já há uma lista de espera de cerca de 20 pessoas.

Fernando Guerreiro espera que, no próximo ano, a iniciativa possa tornar-se de âmbito nacional.

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