Asma de difícil controlo: médicos e enfermeiros de família «devem ter formação para trabalharem em conjunto»
"Os médicos e os enfermeiros de família devem ser capacitados para dar resposta à maioria dos casos de asma de difícil controlo." A mensagem é de João Ramires, membro do Grupo de Estudos de Doenças Respiratórias (GRESP) e coordenador de um workshop sobre "Asma de difícil controlo”, que decorreu hoje, no segundo dia do 33.º Encontro Nacional da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF).
João Ramires defendeu que "nem todas as situações de asma de difícil controlo são casos de asma grave, esses são cerca de 6 a 10% do total de casos de asma e têm que ser referenciados”. Para o especialista, “tanto o médico como o enfermeiro de família devem ter formação para trabalharem em conjunto, a fim de monitorizar este tipo de asma mais grave”.
Este controlo por parte dos cuidados de saúde primários (CSP) traz, no seu entender, mais vantagens. “São profissionais de saúde que acompanham os doentes desde sempre e que conhecem o seu contexto socioeconómico, nomeadamente os fatores que podem desencadear e contribuir para a descompensação deste tipo de asma.”
E acrescentou ainda: “Um dos problemas da agudização da asma de difícil controlo está na não adesão terapêutica, que se pode dever a dificuldades na técnica inalatória. Esta situação é facilmente corrigida pelos profissionais dos CSP, que podem e devem ajudar o doente a adquirir competência nesse âmbito.”
João Ramires referiu também que, apesar das vantagens, ainda há algum caminho a percorrer “para sensibilizar e capacitar médicos e enfermeiros de família, além de deixar claro, nos cuidados secundários, que existem colegas de Medicina Geral e Familiar que podem acompanhar estes doentes”.