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Há cada vez mais doentes com estenose aórtica tratados por via percutânea

“Em Portugal, há uma fatia cada vez maior de doentes com estenose aórtica referenciados para tratamento percutâneo, embora a maioria ainda seja tratada por cirurgia cardíaca convencional”, referiu à Just News Rui Campante Teles, presidente da comissão organizadora da 4.ª Reunião do Grupo de Válvulas Aórticas Percutâneas da APIC - Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular.

O cardiologista de intervenção do Hospital de Santa Cruz (Carnaxide) adiantou que a reunião, subordinada ao tema "Desafios para melhorar o tratamento da doença valvular", teve como objetivo analisar a forma como os indivíduos com doença valvular, particularmente com estenose aórtica, estão a ser tratados em Portugal, assim como avaliar o acesso às terapêuticas inovadoras menos invasivas e o tratamento por cateterismo através da colocação de uma prótese biológica por via das virilhas, como alternativa ao tratamento cirúrgico de peito aberto.

“As técnicas percutâneas são menos invasivas e têm tido uma grande adesão dos doentes pelo facto de proporcionarem uma recuperação mais rápida e menos dolorosa”, mencionou, acrescentando que, com a evolução da tecnologia, o risco de intervenção por via de cateterismo está a ser “claramente reduzido” e os resultados clínicos obtidos são cada vez melhores porque há miniaturização e flexibilidade das próteses disponíveis.

De acordo com Rui Campante Teles, “em 2014, surgiram vários dispositivos para colocar através da virilha, com tamanhos cada vez menores e que oferecem a possibilidade de reposicionar as válvulas sempre que a posição não é satisfatória, o que tem favorecido a segurança do procedimento e também a eficácia, ou seja, os doentes estão a ser cada vez melhor tratados e com menos risco”.



Durante a reunião, foi discutida a importância do registo de doentes submetidos ao implante percutâneo da válvula aórtica, um “registo exemplar” em Portugal, que permite saber quais são os resultados da aplicação destas novas técnicas de cateterismo. “Os resultados são muito bons, em nada inferiores aos da média da Europa”, afirmou.

O evento, que se realizou no Porto, contou com cerca de 140 participantes, entre cardiologistas de intervenção, cirurgiões cardíacos, enfermeiros, especialistas em Medicina Interna e em Medicina Geral e Familiar. A sessão de abertura contou com a presença do presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, José Silva Cardoso.




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