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Hipertensão Pulmonar: HGO tem «mais uma resposta inovadora»

Para dar resposta integrada aos doentes com hipertensão pulmonar tromboembólica crónica (HPTC), o Serviço de Cardiologia do Hospital Garcia de Orta (HGO), em Almada, iniciou um programa de angioplastia pulmonar por balão, com base na última redefinição desta técnica.

A primeira semana de intervenções no hospital, que decorreu agora em dezembro, contou com a presença e apoio do cardiologista Philipe Brenot, que é diretor adjunto do Polo de Imagem e de Terapêuticas de Intervenção do Hospital Marie Lannelongue, em Paris.



Técnica vai "melhorar a qualidade de vida destas pessoas"

Maria José Loureiro, coordenadora da Unidade de Hipertensão Pulmonar do HGO, explicou à Just News que, após a redefinição desta técnica, passou-se a ter mais uma opção de tratamento para os doentes com HPTC, que não são considerados candidatos a cirurgia de tromboendarterectomia pulmonar ou que, após cirurgia, ficaram com hipertensão pulmonar residual.

“É mais uma resposta, inovadora, que vai permitir melhorar a qualidade de vida destas pessoas que, consoante a gravidade, poderão estar bastante limitadas nas suas atividades de vida diária”, afirmou.

Formação em Paris

Aquela especialista foi uma das que viajaram até Paris para fazer formação com Philipe Brenot. O Hospital Marie Lannelongue é centro de referência nesta área, “daí um conjunto de 5 colegas da equipa termos feito formação, para dar início ao programa de angioplastia pulmonar com qualidade e segurança”.

E continuou: “É um passo fundamental para os utentes e também para todos os profissionais de saúde que trabalham neste hospital e que tratam doentes com HPTC desde 2005.”


Rita Calé e Maria José Loureiro 

Menor risco de edema de reperfusão

Quem também esteve em Paris foi Rita Calé, da Unidade de Cardiologia de Intervenção do HGO, que recordou que a angioplastia pulmonar por balão teve início em 2011, no Japão. No entanto, inicialmente, “registaram-se taxas de complicações não negligenciáveis, nomeadamente um risco elevado de edema de reperfusão, o que levou a uma redefinição da técnica”.

As últimas inovações permitiram aplicar este procedimento com taxas de complicações inferiores ao documentado no início da técnica. “Uma das alterações diz respeito à possibilidade de fazer o tratamento de forma faseada, podendo os doentes ser submetidos até dez ou doze sessões em momentos diferentes, selecionando para angioplastia, em cada uma das sessões, menos segmentos e utilizando-se balões com diâmetros subdimensionados para o calibre do vaso”, esclareceu Rita Calé.

O menor risco de edema de reperfusão deve-se, sobretudo, a este estadiamento, porque “o que se pretende é melhorar o fluxo e não o restabelecimento completo da anatomia”.


Alguns dos elementos da equipa com Phillip Brenot

Protocolo de colaboração vai manter-se

Philippe Brenot esteve no Hospital Garcia de Orta durante uma semana para colaborar e supervisionar os primeiros passos desta técnica. Acompanhou cinco doentes, que realizaram, cada um, duas sessões. À Just News, disse estar satisfeito: “É muito importante poder estar aqui, em Portugal, a ajudar esta equipa a dar início a uma técnica que vai melhorar bastante a qualidade de vida dos doentes com HPTC.”


Philip Brenot 

Além de ser diretor adjunto do Polo de Imagem e de Terapêuticas de Intervenção do Hospital Marie Lannelongue, Philippe Brenot é cardiologista e radiologista no Centre Cardiologique D’Evecquemont, em Paris. Com uma vasta experiência nesta área, e mais de 400 sessões realizadas por ano, tem-se dedicado ao aperfeiçoamento da técnica de angioplastia pulmonar por balão.



Uma mais-valia "sobretudo para os pacientes"

Para Hélder Pereira, diretor do Serviço de Cardiologia do HGO, a presença do médico francês foi muito bem-vinda. “Iniciámos contacto com França no início deste ano e, desde então, além de encaminharmos vários doentes com HPTC para cirurgia, estabelecemos um protocolo de formação, que implicou também a realização de estágios em Paris de alguns membros desta equipa”, revelou.


Hélder Pereira

O responsável referiu ainda que este contacto se vai manter nos próximos tempos: “Todos os doentes com HPTC e que têm indicação para esta técnica vão ser avaliados por nós e pela equipa do Dr. Philippe Brenot, o que é uma enorme mais-valia para nós, mas, sobretudo, para os pacientes.”

Hélder Pereira frisou que “este programa inovador de angioplastia é a evidência de que a Cardiologia de Intervenção trata cada vez mais áreas, não se cingindo às coronárias”. 



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