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Hipotensão ortostática no idoso: a importância de «saber adaptar a situação e a medicação»

A hipotensão ortostática (que ocorre quando o doente se move da posição deitada para a sentada ou em pé) é "uma entidade particularmente importante no idoso", dada a maior tendência deste grupo etário para ser acometido por este problema, afirma Manuel de Carvalho Rodrigues, assistente graduado hospitalar de Cardiologia no Hospital Pero da Covilhã/Centro Hospitalar Cova da Beira e professor da Faculdade de Ciências da Saúde (FCS) da Universidade da Beira Interior (UBI).

Este é um dos assuntos que faz parte do programa da sessão de formação médica contínua “HTA no paciente idoso e muito idoso”, organizada pelo Núcleo de Internos da Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPH), que terá lugar este sábado, na Covilhã, e que se destina, sobretudo, a internos das especialidades que, no dia-a-dia, mais lidam com o problema da hipertensão arterial (HTA), nomeadamente, a Medicina Geral e Familiar, a Cardiologia, a Medicina Interna, a Nefrologia e a Encodrinologia.


Em declarações à Just News, o presidente eleito da Sociedade Portuguesa de Hipertensão, que estará responsável pela abordagem do tema nesta sessão, explica que o idoso está mais sujeito e fragilizado a ser acometido por esta entidade, dadas as particularidades do grupo etário a que pertence, como sejam a rigidez arterial, as comorbilidades associadas, o tipo de refeições e as múltiplas medicações a que muitas vezes está sujeito.



“É importante que os mais novos entendam que, perante esta entidade, não podemos deixar de tratar a HTA e é preciso ter cuidado neste tipo de grupos etários, principalmente com as medicações concomitantes que estão a fazer”, alerta Manuel de Carvalho Rodrigues, acrescentando que quando a hipotensão ortostática é detetada é fundamental que o doente não deixe de tomar a medicação para a HTA, ajustando-a de acordo com a realidade.

“O importante é identificar a situação, perceber que está relacionada com o grupo etário, as múltiplas medicações e a fragilidade própria do mesmo e saber adaptar a situação e a medicação a esta realidade”, frisa o cardiologista.


Manuel de Carvalho Rodrigues lembra que, com o acréscimo da esperança de vida, a prevalência das doenças crónicas, como é o caso da hipertensão arterial, também aumenta. Neste sentido, frisa, “o idoso e o muito idoso poderão ser doentes muito particulares em todas as suas condições e comorbilidades, exigindo uma atenção e uma atuação específicas e muito particulares, até pelas fragilidades que normalmente estes grupos etários trazem consigo”, como acontece com a grávida.

Esta sessão enquadra-se num conjunto de ações de formação que a SPH tem vindo a desenvolver, que tiveram início em 2013 (na presidência de Fernando Pinto), têm continuado no mandato como presidente de José Mesquita Bastos e, segundo Manuel de Carvalho Rodrigues, ”irão manter-se no futuro”.

No evento que se realiza amanhã, na Faculdade de Ciências da Saúde (FCS), na Covilhã, serão igualmente proferidas palestras sobre "Tratamento da hipertensão arterial no paciente idoso e muito idoso" e "HTA resistente", temas a serem desenvolvidos, respetivamente, por Miguel Castelo Branco e Luís Bronze.

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