Homenagem a António Pacheco Palha: psiquiatra vai «continuar a lutar pela Saúde Mental»
O psiquiatra António Pacheco Palha foi homenageado este ano nas Jornadas Nacionais Patient Care. Rodeado de amigos, familiares e colegas, e perante uma plateia cheia e no meio de muita emoção, agradeceu as palavras de amizade que lhe foram dirigidas. Mas, sendo um homem de trabalho, fez questão de salientar que não vai parar.
O especialista assegurou que vai "continuar a trabalhar e a lutar pela Saúde Mental em Portugal e nos países de língua portuguesa", explicando que, nas próximas semanas, "vou a Moçambique para que as relações estabelecidas com os países de língua portuguesa, na área da Saúde Mental, não fiquem paradas”, referindo-se, assim, ao trabalho que ajudou a consolidar, ao longo de anos, nos PALOP. E sublinhou: “Acredito mais nas relações locais do que nos acordos, porque só existindo um contacto de proximidade e dedicação é possível fazer a diferença.”
O psiquiatra fez igualmente referência à “primeira pedra, que será lançada, dentro de dias, para se construir o Hospital Psiquiátrico de Braga”. Na sua opinião, "não basta apostar na vertente comunitária, também é essencial dar boas condições a quem está internado". No final, lembrou a influência do seu pai, também médico, e das Irmãs Hospitaleiras.
Durante a homenagem foram várias as vozes que se fizeram ouvir. A psiquiatra Maria Luísa Figueira apontou os laços de amizade e profissionais que a unem a António Pacheco Palha, “um homem envolvido nas principais causas políticas de Saúde Mental e com uma energia invejável”.
Luiz Gamito, também psiquiatra, relembrou o empreendedorismo do médico. “É fundamental relembrar o seu papel no advento da Psiquiatria Cognitivo-comportamental ou o seu pioneirismo na Sexologia Clínica.”
Ao psiquiatra João Marques Teixeira coube a oração de sapiência, na qual relevou “o amigo António, que sempre foi um homem de causas, lutando contra tudo e contra todos”. Sublinhou ainda a sua visão humana e “a ânsia de saber, mesmo quando as montanhas pareciam inamovíveis”.
José Canas da Silva, secretário-geral das Jornadas, falou do “homem superior”, do “grande psiquiatra”. Também presente na homenagem esteve Janny Matuele, em representação da Direção dos Serviços de Saúde Mental de Moçambique, e foi lida uma mensagem de Maria Amélia Ferreira, presidente da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, que não pôde estar presente.