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Inauguração da primeira base de dados do país sobre Medicina e Traumatologia desportiva

Tendo como missão promover e desenvolver atividades de investigação básica e clínica, o novo Dom Henrique Research Center (DHRC) vai ser apresentado durante o 34º Congresso Nacional de Ortopedia e da Saúde. Trata-se da primeira base de dados do país sobre Medicina e Traumatologia desportiva com cobertura nacional.

Localizado na Clínica do Dragão (Porto), o DHRC, direcionado a médicos, enfermeiros e fisioterapeutas interessados na área da investigação, tem como principal objetivo "investir todos os seus recursos em prol da missão de promover e desenvolver atividades de investigação básica e clínica, na área das Ciências Médicas e da Saúde".

A apresentação deste novo centro de investigação estará a cargo do seu presidente, o médico portuense João Espregueira Mendes, durante o decorrer do 34º Congresso Nacional de Ortopedia e da Saúde, que se realiza entre 23 e 25 de outubro, no Algarve. Como o próprio salienta, "trata-se da primeira base de dados sobre Medicina e Traumatologia desportiva com cobertura nacional. Pela primeira vez saberemos qual é a nossa realidade na frequência de lesões, tempo de paragem, incidência, tipo de tratamento, cirurgias, sequelas, entre outros detalhes."

Como instituição promotora de desenvolvimento científico e tecnológico, o DHRC terá quatro focos principais de atuação: Investigação em Ciência e Tecnologia; Melhoria dos Serviços e Cuidados de Saúde; Prevenção de Lesões Desportivas; e Educação e Formação.

A ideia de criar o DHRC surge, como explica Espregueira Mendes, de uma lacuna existente em Portugal: "Se olharmos para dados da Direcção-Geral de Estatísticas da Educação e da Ciência (DGEEC), vemos que a produção científica cresceu de 2000 a 2011 em 336%. Apesar da importância dos números, uma leitura atenta permite constatar que não tínhamos quase nada e agora temos ainda muito pouco. O número de publicações passou de 928 em 2000 para 4042 em 2011."

Acrescenta ainda o especialista que, "todavia mais preocupante, é o facto que um escrutínio por área científica revela que nas 5 principais áreas de produção nacional científica relacionadas com a saúde, não cabem a ortopedia nem a reumatologia. O DHRC foi pensado para criar todas as condições para a realização de estudos científicos e respetiva publicação em revistas indexadas. Desta forma e gratuitamente, procurará ajudar os médicos e outros profissionais de saúde a suplantarem a falta de tempo para assim dedicarem à investigação e publicação de artigos."

Por outro lado, a notoriedade e posicionamento nos domínios académicos e das ciências em muito dependem da produção científica de qualidade. «No caso de Portugal, faz falta envolver e promover junto dos profissionais altamente qualificados e motivados, a produção científica dotando-os de um centro profissionalizado de apoio" refere Espregueira Mendes. E adianta que, "para isso, o DHRC contará com a colaboração e o empenho de profissionais com valências distintas, nas mais diversas áreas envolventes da saúde, como a medicina desportiva, ortopedia e traumatologia, reumatologia, fisiatria, fisioterapia, engenharia biomédica, biotecnologia, psicologia, entre outras, o que lhe conferirá um carácter multidisciplinar. Este centro terá um conselho consultivo de personalidades de reconhecido mérito nacional e internacional."

O principal desafio do DHRC é criar e desenvolver uma plataforma de registo global de dados, para as especialidades médicas associadas ao sistema locomotor, tais como: medicina desportiva, ortopedia e traumatologia, reumatologia e fisiatria. Esta ferramenta permitirá, de uma forma simples, intuitiva e prática, recolher, arquivar e analisar numa única base de dados, todos os resultados e procedimentos de pacientes de diversas patologias – associadas às especialidades médicas referidas.

A introdução e monitorização da informação poderão ser remotas, uma vez que a aplicação se estende à utilização em dispositivos móveis (computadores, smart phones e tablets). A informação a monitorizar, engloba os dados das avaliações subjetiva, objetiva e funcionais, os resultados do diagnóstico de imagem, bem como, os procedimentos de tratamento, convencionais ou cirúrgicos. Assim, no follow-up, o médico poderá introduzir as suas avaliações ao longo do tempo, bem como, imagens de exames complementares.

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