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Insuficiência cardíaca exige a intervenção dos diferentes níveis dos cuidados de saúde

A insuficiência cardíaca é, de acordo com Cândida Fonseca, coordenadora do Grupo de Estudos de Insuficiência Cardíaca da Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC), a primeira causa de hospitalização após os 65 anos, sendo que “um em cada dois doentes é rehospitalizado aos dois meses após a alta e um em cada quatro morre nesse mesmo período”.



A coordenadora da Unidade de Insuficiência Cardíaca do Hospital São Francisco Xavier falava numa sessão intitulada “Insuficiência cardíaca e síndromes coronárias agudas em Portugal: metas ainda por atingir”, que decorreu no âmbito da reunião conjunta organizada pelos Grupos de Estudos de Insuficiência Cardíaca e de Cuidados Intensivos Cardíacos e pelo Núcleo de Enfermagem em Cardiologia da SPC.

“É uma doença crónica que pressupõe a intervenção dos diferentes níveis dos cuidados de saúde. Não basta ver o doente nos cuidados de saúde primários, em consulta hospitalar, em hospital de dia ou no serviço de urgência. Não basta conseguirmos a cada um dos níveis desempenhar a nossa função. É precisar criar fluxos e, para isso, tem de haver parcerias entre os profissionais de saúde, o Sistema Nacional de Saúde a todos os níveis e os decisores “, defendeu.



A especialista admitiu ter receio de que “debaixo da incapacidade económica e do rótulo de que somos pobrezinhos possam escapar muitas coisas que se podem fazer sem dinheiro”.

“Se reconhecemos que a insuficiência cardíaca e o enfarte agudo têm elevada morbilidade e mortalidade em Portugal, difícil é perceber por que razão o Plano Nacional de Saúde não aponta objetivos na área da IC”, salientou a cardiologista. E acrescentou: “Porque é que os centros de saúde e os cuidados de saúde primários, que funcionam por objetivos e indicadores de qualidade, não têm no seu programa um único indicador de qualidade nesta área?”

Na sua opinião, é preciso realocar os enfermeiros de acordo com as prioridades e repensar a diferenciação em IC, sobretudo na área da Enfermagem.



A sessão, que foi moderada por Cândida Fonseca e Fausto Pinto, presidente da Sociedade Europeia de Cardiologia, contou com a participação de Cristina Enjuanes e Neus Bados, de Espanha, que deram um “exemplo de sucesso” da organização de cuidados na IC na Região de Barcelona, e de Hélder Pereira, coordenador da Iniciativa Stent for Life para enfarte sem elevação de ST, que falou sobre a relevância deste projeto em Portugal.

Rui Ferreira, coordenador nacional para as Doenças Cardiovasculares, e Manuel Belo Costa, presidente da Assembleia da Ordem dos Enfermeiros e coordenador do Núcleo de Enfermagem em Cardiologia da SPC, integraram o painel de discussão.





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