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Internato de Medicina Geral e Familiar: «START MGF é uma espécie de kit de iniciação»

A preocupação com a qualidade da formação que é proporcionada e ao menor custo possível para os participantes continuam a ser os dois aspetos prioritários da iniciativa START MGF, organizada por internos de Medicina Geral e Familiar e especialmente dirigido aos colegas do 1.º ano. “É uma espécie de kit de iniciação”, diz Margarida Guilherme, a presidente do curso de 2024, que vai decorrer entre 13 e 16 de março, em Coimbra.

Com uma Comissão Organizadora que tem 17 elementos e que se vai renovando de edição para edição – com a saída de alguns colegas e a entrada de outros –, a experiência na concretização de um evento com as características do START MGF vai-se acumulando.


“Já aprendemos muito com os erros que vão sempre acontecendo”, garante Margarida Guilherme, que em 2023 assumira o cargo de vice-presidente e que deixa clara uma coisa: “Procuramos dar o maior número de ferramentas a quem inicia o internato de MGF!”

Importa recordar que o projeto arrancou em 2018, muito focado nos médicos da região de Coimbra que iniciavam o seu internato de MGF. Nem o eclodir da pandemia de covid-19 interrompeu a realização do curso, tendo a edição de 2020, que se realizou online, sido aquela que registou uma maior participação.

No entanto, como sublinha a nossa entrevistada, “nós reconhecemos as mais-valias de um evento presencial e, por isso, estamos decididos a manter este formato”.


Margarida Guilherme: “Pareceu-nos pertinente dar alguma atenção ao tema da sexualidade humana”

O número de inscritos no START MGF deste ano não deverá ser, segundo Margarida Guilherme, muito diferente do de 2023: cerca de três centenas, com uma assiduidade diária acima dos 70%. O local é o mesmo, o Convento de São Francisco, embora o espaço ocupado pelo evento seja um pouco maior, tendo em conta o número de workshops programados.

A médica destaca isso mesmo: “Ambicionamos vir a promover um total de oito workshops, precisamente o dobro dos que se realizaram em 2022, o primeiro ano em que aconteceram, e vão ocupar os dois primeiros dias do curso. Estamos a falar em interpretação de exames em Cardiologia, da colocação de métodos de contraceção hormonal de longa duração, do uso de terapêuticas injetáveis na diabetes, da utilização de dispositivos inalatórios, da gestão da dor crónica e da comunicação na área da sexualidade.”


Em matéria de sexualidade, “nós não temos um botão que liga e desliga”

Apesar de Margarida Guilherme aguardar, neste momento, a marcação de uma data para apresentar a defesa da tese que elaborou no âmbito do Mestrado Transdisciplinar de Sexologia, que se prepara para concluir na Universidade Lusófona, em Lisboa, faz questão de esclarecer que a sugestão para se organizar um workshop envolvendo a temática da sexualidade até nem partiu de si, afirmando:

“Em matéria de comunicação na área da sexualidade, eu diria que é escassa a sua abordagem ao longo do nosso percurso formativo, o que faz com que não nos sintamos muito preparados para falar com confiança de assuntos que, de uma forma ou de outra, estão sempre presentes, não só como doença, mas também em termos de saúde global. Pareceu-nos, pois, pertinente dar alguma atenção à sexualidade humana, convencidos de que seria importante falarsobre o assunto, pois, se nos sentirmos um pouco mais capacitados para conversar com o utente sobre essa temática, é muito provável que venhamos a obter ganhos extra.”


Margarida Guilherme frisa que, em termos de sexualidade, “nós não temos um botão que liga e desliga”, acrescentando que “ela está presente quer queiramos, quer não”. E mais: “Nós estamos numa posição francamente privilegiada para conseguir abordar o assunto na consulta, pois, temos a oportunidade de intervir de forma holística”.

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