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Investigação da Universidade de Coimbra «abre portas» a novos tratamentos para a artrite reumatoide

Uma equipa de investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) e da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC) descobriu que as células do sistema imunitário T CD8, produzidas pelo Timo (órgão linfoide situado junto ao coração) para defender o organismo de infeções, estão alteradas na artrite reumatoide, sendo responsáveis pela manutenção da doença, quer ao nível sanguíneo quer ao nível das articulações.

Nesta doença crónica, as T CD8 perdem a tolerância imunológica e destroem as células erradas, ou seja, matam as células boas da articulação, revela o estudo realizado, primeiro em modelos animais e posteriormente em humanos, designadamente em 96 doentes com Artrite Reumatoide, seguidos no Serviço de Reumatologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), dirigido pelo catedrático da Faculdade Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), José António Pereira da Silva.



Em comunicado, é explicado que os investigadores verificaram ainda, nas experiências com modelos animais, que retirando as T CD8 do sistema, os ratinhos apresentavam melhorias muito significativas. Estes resultados, explica Helena Carvalheiro, primeira autora do artigo científico publicado no Arthritis & Rheumatology, jornal internacional de referência da área, "abrem portas para o desenvolvimento de novos alvos terapêuticos com o foco nestas células que estão a matar a células erradas porque perderam a capacidade de distinguir o que é estranho daquilo que faz parte do organismo".

Sendo a artrite reumatoide uma doença crónica que provoca a destruição das articulações e invalidez progressiva, a procura de novas respostas clínicas "continua a ser um objetivo nuclear, apesar dos notáveis progressos registados já na última década", sublinha o especialista da FMUC, José António Pereira da Silva.

Financiada pela ação Marie-Curie (bolsas atribuídas pela União Europeia) e por um laboratório de indústria farmacêutica, a pesquisa vai agora focar-se em "selecionar as vias moleculares intracelulares das T CD8 que podem ser modificadas geneticamente com fins terapêuticos, isto é, vamos avaliar como funcionam os sinais dentro destas células, através da análise genética, identificar os que estão alterados e proceder à sua reparação para que todas as peças da máquina voltem a funcionar em favor do doente", avança Helena Carvalheiro.

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