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Investigador do Instituto de Medicina Molecular recebe prémio de Fundação Americana

O projeto de Henrique Veiga-Fernandes, investigador do Instituto de Medicina Molecular (IMM) da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, recebeu o Senior Research Award (SRA) atribuído pela Crohns & Colitis Foundation of America’s (CCFA), pelo seu projeto que pretende elucidar o papel de células inatas do sistema imunitário no intestino.

Este prémio tem o valor de $347,292 USD (cerca de 255 mil euros) e vai permitir que durante três anos a equipa de Henrique Veiga-Fernandes possa analisar a forma como as células inatas linfoides são controladas e assim procurar determinar a causas e novas terapias para doença de Crohn.

De um total de 69 projetos submetidos, a CCFA atribuiu oito prémios, sete a investigadores norte-americanos e um ao projeto liderado pelo investigador do IMM, constituindo o primeiro prémio na história da Fundação americana atribuído a uma equipa portuguesa.

Para Henrique Veiga-Fernandes este prémio “vai permitir elucidar novos aspetos da doença inflamatória do intestino. A esse respeito, os nossos resultados iniciais são muito promissores pois revelam a existência de uma nova molécula, até agora desconhecida, que controla as respostas inflamatórias intestinais. Esta descoberta abre agora portas para novas linhas de investigação inovadoras na terapêutica e diagnóstico da doença de Crohn.”

A Doença de Crohn carateriza-se por uma inflamação crónica que pode afetar qualquer segmento do tubo digestivo na qual os sintomas mais comuns são a diarreia, a dor abdominal e a perda de peso. Trata-se de uma doença crónica, multifatorial e ainda mal compreendida, que pode evoluir por surtos e para a qual ainda não há cura.

Em Portugal, estima-se que a prevalência seja de 73 por cada 100 000 habitantes, atingindo maioritariamente mulheres, apresentando um pico de incidência entre 17 anos e 39 anos.

Células inatas linfoides são uma classe de células do sistema imunológico descobertas muito recentemente. Estudos anteriores liderados pela equipa de Henrique Veiga-Fernandes (Nature, 2007; Nature, 2014), entre outros, têm relacionado estas células com a regulação de respostas imunes no intestino, principalmente através da sua capacidade de pro-inflamatória, na formação de tecido linfoide e na regeneração e homeostasia dos tecidos.

A equipa de Henrique Veiga-Fernandes pretende agora esclarecer como é que fatores que regulam o sistema nervoso podem controlar a função inflamatória das células inatas linfoides e garantir a preservação de um intestino saudável.

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