Jaba Recordati, «uma multinacional que mantém o ADN e a cultura portuguesas»
No âmbito das comemorações dos 90 anos do Grupo Recordati, Nelson Pires, diretor-geral da Jaba Recordati, falou à Just News sobre a empresa, as suas atividades e projetos a cinco anos. O responsável salienta tratar-se de "uma multinacional que mantém o ADN e a cultura portuguesas". No seu entender, o ponto forte da mesma são os seus colaboradores, sendo o objetivo principal "acrescentar valor".
Produtos, Pessoas e Processos
Assumindo-se como um apaixonado pela companhia que lidera – “Sou um entusiasta desta empresa, respiro e vivo os sucessos” –, começa por explicar que o funcionamento da mesma assenta em três pressupostos, internamente apelidados de “3 P”, isso é, Produtos, Pessoas e Processos.
No que respeita ao primeiro “P”, Produtos, Nelson Pires afirma que o principal objetivo é “trazer inovação, ou seja, acrescentar valor”. E informa que, tradicionalmente, a Jaba Recordati atua em quatro áreas: fármacos inovadores sujeitos a prescrição médica; genéricos; produtos de venda livre (OTC) e medicamentos “órfãos”.
O segundo “P”, “que tem estruturado muito do que é a estratégia da companhia”, são as Pessoas que nela trabalham. “Temos uma equipa muito boa, com um turnover de saída de colaboradores muito baixo, cerca de 2 a 3%, um valor não comparável com o de outras multinacionais”, salienta.
Quanto ao terceiro “P”, Processos, o diretor-geral da Jaba Recordati afirma que se faz todo o possível para que estes sejam céleres e ágeis, contudo, sem que se perca a sua eficácia. “E isto tem tudo a ver com as pessoas”, frisa.
Na entrevista, publicada na mais recente edição do Jornal Médico, Nelson Pires faz uma avaliação muito positiva dos últimos seis anos: “A conjugação dos 3 ‘P’ é muito importante, com enfoque nos colaboradores, que considero ser o ponto forte desta empresa. Respira-se uma cultura de bem-estar, as pessoas vêm trabalhar com vontade, não vêm aborrecidas, e isso reflete-se em tudo.”
Investimento de 90 milhões/ano em investigação
Nelson Pires afirma que, desde janeiro de 2010, altura em que assumiu o cargo de diretor-geral, a companhia alterou radicalmente o seu portefólio, que assentava, sobretudo, em produtos licenciados de outras multinacionais. Neste momento, os produtos próprios representam 60% do que há para oferecer. De referir que cerca de 8% do total da faturação é canalizado para investigação, o que se traduz em qualquer coisa como 90 milhões de euros/ano.
No que respeita aos recursos humanos, além de se apostar em melhorar o ambiente interno, como já foi referido, houve também uma alteração relevante. Nelson Pires explica que, para além das suas funções em concreto, os colaboradores passaram a ser, também, gestores de projeto.
“A melhor pessoa para assumir a responsabilidade de gerir um projeto é aquela que teve a ideia. Isto faz com que todos sejam mais empenhados, responsáveis e desenvolvam competências”, justifica.
Projetos futuros
Com o objetivo de comemorar os 90 anos da Recordati, e de “cultivar o espírito de pertença”, foi realizada uma reunião interna, com todos os colaboradores, onde foram abordados os próximos cinco anos da Jaba Recordati. “Delineámos o que vai ser o Grupo Recordati em Portugal, os grandes projetos e a estratégia que vai ter”, conta.
Fazendo um sumário dos mesmos, Nelson Pires menciona que se perspetiva o lançamento de dois produtos/ano e a continuação da internacionalização, algo que considera conferir-lhes “músculo” para suportar as dificuldades do mercado interno.
Nelson Pires tem, ainda, como objetivo melhorar o headcount e continuar a crescer pelo menos 5%/ano, de forma a chegar aos 10 primeiros lugares até 2020. “Estamos em 16.º e pretendemos continuar a subir”, afirma, de forma determinada.
Ainda no âmbito das comemorações, a nível externo, a empresa vai realizar, também, até ao final do ano, uma reunião com stakeholders, com o intuito de dar a conhecer a companhia e a sua história, assim como aquilo que se espera que venham a ser os próximos cinco anos.
“Além disso, vamos criar o ‘Prémio 90 anos Recordati’, dentro das áreas de investigação da empresa, ou seja, Cardiologia, Urologia e Estilos de Vida. Provavelmente, poderá surgir também um outro prémio ligado à vitamina D3”, anuncia Nelson Pires.
A entrevista completa pode ser lida na edição de julho do Jornal Médico.