João Gomes Esteves (APIFARMA) sugere aos governantes que se dedique mais tempo à área da saúde

Durante a cerimónia de tomada de posse dos novos órgãos da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (APIFARMA), João Gomes Esteves, presidente da Mesa da Assembleia-Geral, sugeriu aos governantes que se dedique algum tempo às inúmeras questões relacionadas com a área da Saúde e do setor farmacêutico em Portugal, de forma a que possamos, enquanto sociedade, resolver e “encerrar alguns temas”.

“Que se estude o que se vai fazendo por todo o mundo e que posteriormente, de forma estruturada, se trabalhe por uma sociedade saudável, isto é, produtiva e rica”, observou, durante a sua intervenção, na última quarta-feira, em Lisboa. João Gomes Esteves revisitou e analisou o passado, sobretudo no que confere à evolução da conjuntura e às mudanças estruturais ocorridas.

“O mundo mudou muito e depressa. São as doenças crónicas que pedem novos paradigmas de ensino médico, é a pesquisa e desenvolvimento de novos medicamentos e a emergência de novos parceiros -- como os doentes que são mais conhecedores da sua patologia -- e até o acelerado desenvolvimento das tecnologias de informação”, enumerou.

E referiu que todos estes pontos estão presentes no nosso quotidiano, interagem entre si, enfrentam novas questões políticas, técnicas, económicas e deontológicas, questionando se estaremos, de facto, preparados para acomodar todas estas transformações.

Durante esta sua “observação atenta” da indústria farmacêutica – que, segundo indica, “os anos” já o permitem fazer --, João Gomes Esteves afirmou ter encontrado, no que respeita à APIFARMA, “uma linha persistente da defesa dos interesses” do setor, com pontos de vista que, para si, são “surpreendentemente atuais” e o deixam, até, um pouco apreensivo.

“Pelo menos desde a década de 70 que têm sido recorrentes na APIFARMA os diálogos com a Tutela acerca da regulamentação, do acesso a novos medicamentos, dos preços, das exportações, da deontologia e da propriedade industrial, sem prejuízo da integração de novas realidades, como a criação do Serviço Nacional de Saúde, a adesão à União Europeia, a criação do mercado interno, a introdução do euro, entre outros”, observou.

E acrescentou: “Esta constância de temas deve obrigar-nos a todos -- indústria, agentes políticos, Governo, autoridades regulamentares, profissionais de saúde, associações de doentes e outros parceiros -- a uma reflexão sobre o que fizemos, ou melhor, o que não fizemos.”



Aos novos órgãos sociais da APIFARMA, aos quais tem “a honra” de pertencer, o presidente da Mesa da Assembleia-Geral deseja “as maiores felicidades” no percurso do caminho que têm para percorrer e que se sabe “não ser fácil”.

Os representantes das empresas associadas da APIFARMA nos órgãos sociais, para o biénio 2015-2016, foram eleitos a 26 de janeiro, assumindo João Almeida Lopes, do Laboratório Medinfar, um novo mandato como presidente da direção.

Os cargos de vice-presidente passam a ser desempenhados por Eduardo Pinto Leite (GlaxoSmithKline), Cristina Campos (Novartis Farma) e António Leitão (Lilly Portugal). O diretor tesoureiro é António Chaves Costa (Tecnifar).

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