José Poças lança livro sobre angústias e alegrias do ato médico

Inspirado por uma viagem a São Tomé e Príncipe e por muitos momentos que marcam a sua carreira médica, alguns deles dolorosos, o internista José Poças mergulhou até à parte mais profunda da sua própria memória e escreveu o livro Ode ou Réquiem, alegoria sobre a natureza do ato médico, a propósito de algumas histórias clínicas reais. Ao mesmo tempo que faz a catarse, homenageia quem partiu e quem o apoia, sem esconder os sentimentos. Afinal, “a Medicina ou é humanizada ou não é Medicina”, justifica o autor.

A relação médico-paciente, em áreas como a Oncologia, a Emergência, os Cuidados Intensivos ou a Infeciologia, em todas as dimensões, ao longo de 300 páginas, são o espelho do clínico e do homem e da sua paixão pela vida, pela Medicina, a música e as viagens. A escrita não foi premeditada. O livro, apresentado publicamente a 24 de outubro, no auditório do Fórum Municipal Luísa Todi, em Setúbal, é o resultado de um impulso onde uma história vai puxando outra, como quem desenrola um novelo.



Amigos, familiares, doentes – e parentes de outros cuja morte se revelou inevitável – estiveram presentes na apresentação do livro, integrada num ciclo de conferências organizado pela Sociedade Portuguesa de Escritores e Artistas Médicos e pela Liga dos Amigos de Setúbal e Azeitão.



Foram também muitas as individualidades que prestigiaram o médico internista José Poças, entre as quais Maria das Dores Meira, presidente da Câmara Municipal de Setúbal, D. Manuel Martins, bispo resignatário de Setúbal, e o bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, também ele um internista e autor do posfácio. O médico e pianista Barros Veloso, autor do prefácio do livro, partilhou com o escritor uma paixão comum – a música –, ao encerrar a noite com um concerto jazz.



Medicina e música: "conhecimento da verdadeira dimensão do Homem"

José Poças nasceu no Porto em 1958, mas vive em Setúbal há mais de 30 anos. É diretor do Serviço de Infeciologia do Hospital de São Bernardo – Centro Hospitalar de Setúbal, que fundou há 10 anos. Escolheu Medicina por vocação e a Medicina Interna por opção. E foi na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, onde concluiu o curso.


Em casa, em redor da secretária de trabalho, há centenas de livros e CD, em particular de jazz e de fado. É ali, muitas vezes, que concilia o trabalho médico com a música. Como escreveu na dedicatória do livro de curso do irmão: “A Medicina e a música têm uma característica singular em comum: a possibilidade de propiciarem o conhecimento da verdadeira dimensão do Homem. A primeira fá-lo de um modo racionalista, lógico e metódico, indo da superfície para o interior. A segunda capta-a de uma maneira intuitiva, natural e espontânea, percorrendo o mesmo caminho, mas em sentido inverso.”





A versão completa da notícia pode ser lida na próxima edição de LIVE Medicina Interna

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