Lisboa vai acolher o 1.º Encontro Luso-Ucraniano de Osteoporose

O Congresso da Sociedade Portuguesa de Osteoporose e Doenças Ósseas Metabólicas (SPODOM) vai decorrer nos dias 21 e 22 de junho e, este ano, na sua 10.ª edição, realiza-se em simultâneo com o 1.º Encontro Luso-Ucraniano de Osteoporose. Salientando as fortes relações entre as duas sociedades, Ana Paula Barbosa, presidente da SPODOM, avança que vão receber vários colegas da Ucrânia, que irão abordar algumas temáticas ainda pouco faladas em Portugal.

A doença periodontal, isto é, da boca e dentes é um dos assuntos que serão abordados. “Esta é uma área esquecida no nosso país. Ligamos muito ao osso, mas esquecemos os dentes e a cavidade oral. Alguns dos colegas ucranianos têm muita investigação feita nesta área”, afirma Ana Paula Barbosa, endocrinologista do Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

A presidente da SPODOM mostra-se também expectante para assistir à apresentação sobre sarcopenia. Segundo refere, este é “um tema quente”. “Trata-se de uma fraqueza muscular que se vai desenvolvendo à medida que a pessoa envelhece, mas que também está muito ligada ao osso. Já foi até criado o termo sarcoporose (sarcopenia + osteoporose)”, explica Ana Paula Barbosa, acrescentando que os colegas ucranianos têm também muito trabalho feito nesta área.

“Este encontro científico conjunto vai permitir-nos trocar experiências, perceber qual é a realidade daquele país, quais as terapêuticas que utilizam e a investigação que estão a fazer”, observa.
Além disso, e no que respeita apenas ao Congresso Português de Osteoporose, a presidente da SPODOM refere que este ano vai ser um pouco diferente das edições anteriores, uma vez que vai haver espaços dedicados a cada uma das especialidades mais envolvidas nesta sociedade científica e na área da osteoporose e das doenças metabólicas do osso.

Assim sendo, os participantes poderão contar com uma mesa dedicada à Endocrinologia, onde serão abordadas as temáticas “Défice de vitamina D: como definir, diagnosticar e tratar, e Guidelines”, “Diabetoporose” e “Osteoporose no Homem” e outra dedicada à Reumatologia, que se vai focar em “Inflamação e osteoporose” e “Espondilartrites e osso”.



A Ortopedia vai falar sobre “Morbilidade e mortalidade nas complicações da Osteoporose; Osteogénese imperfeita”, a Medicina Física e de Reabilitação de “Atividade física e atividade osteogénica, “Vibroterapia e formação de massa óssea” e “Exercício e prevenção de quedas”. A Ginecologia abordará a “Falência ovárica prematura”, a “Terapêutica hormonal” e os “SERMS na osteoporose”.

Como não poderia deixar de ser, vai haver também uma área ligada à terapêutica da osteoporose, onde serão focadas os bisfosfonatos, as terapêuticas anabolizantes e as novidades relacionadas com a vitamina D e o cálcio.

O evento destina-se às várias especialidades médicas interessadas nestas patologias, mas também a enfermeiros, nutricionistas, terapeutas, assistentes sociais e psicólogos. Ana Paula Barbosa prevê que estejam presentes cerca de 400 profissionais.