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Luta contra a dor: terapias não farmacológicas praticadas por enfermeiros no IPO Coimbra

“As terapias não farmacológicas são sempre complementares às farmacológicas e são praticadas apenas por enfermeiros com formação.” As palavras são de Dulce Helena Carvalho, coordenadora do Grupo de Terapias não Farmacológicas da Unidade Dor do IPO de Coimbra.



Na sequência da Sessão Comemorativa da Semana Europeia da Luta Contra a Dor, que decorreu dia 4 de outubro, no instituto, a enfermeira falou à Just News, destacando, desde logo, os benefícios das terapias não farmacológicas. “Os doentes sentem um alívio na dor, ganhando assim maior bem-estar e qualidade de vida."

E, como fez questão de enfatizar, “uma das grandes mais-valias é que as terapias são aplicadas apenas por enfermeiros com formação, o que gera conforto e confiança”.


Dulce Helena Carvalho

Para Dulce Helena Carvalho, o facto de serem profissionais de saúde especializados será certamente uma ajuda para se prevenir problemas que possam surgir em locais, fora do hospital, nem sempre reconhecidos: “A segurança é fundamental. Todos os doentes são encaminhados pelo médico da Unidade Dor do IPO, seguindo-se uma avaliação por enfermeiros que vão perceber qual a terapia que melhor se adequa.”

E continuou: “Durante a terapia, existe uma monitorização dos sinais vitais. Além disso, o enfermeiro também tem a mais-valia de conhecer o indivíduo no seu todo e de fazer formação contínua. Por isso mesmo, na nossa Unidade não aceitamos voluntários.”

Entre as terapias disponíveis estão a hipnose clínica, a meditação mindfulness, a ozonoterapia, a terapia do riso, o reiki, a aromaterapia ou a massagem terapêutica.



Uma intervenção que permite ao doente «ter mais qualidade de vida»

Paulo Freitas é o coordenador da Unidade Dor e diretor do Serviço de Anestesiologia do IPO Coimbra e sempre aceitou este trabalho conjunto com o Grupo de Terapias não Farmacológicas.

Em declarações à Just News, assegura que “este tipo de intervenção tem vindo a ganhar cada vez mais lugar nestas unidades por aliviarem a dor e permitirem ao doente oncológico ter mais qualidade de vida, como percebemos através de inquéritos".


Paulo Freitas

Contudo, como faz questão de realçar: “Sempre em complementaridade com a terapêutica oncológica. Os tratamentos do cancro podem ser incapacitantes e a prática destas terapias minimiza o sofrimento associado à dor oncológica e até da própria doença em si, por causa do seu impacto psicológico.”

Na sua opinião, "o futuro das unidades de dor passa inevitavelmente por esta complementaridade".



“O Grupo tem todo o nosso apoio”

Esta ponte entre as duas terapias esteve em foco na Sessão Comemorativa do IPO Coimbra. Na sessão de abertura, Margarida Ornelas, presidente do Conselho de Administração, destacou:

“Estudos dizem que o controlo da dor torna-se mais eficaz quando envolve técnicas farmacológicas e não farmacológicas, tais como relaxamento, massagem, distração, aplicação de calor e de frio…”

Além destes benefícios, são também pouco dispendiosas: “Na sua maioria são de baixo custo e de fácil utilização, podendo ser ensinadas aos doentes e aos cuidadores e aplicadas em meio hospitalar e no domicílio.”


Dulce Helena Carvalho, Margarida Ornelas, Ana Pais e Paulo Freitas

A responsável falou ainda da importância da formação nesta área. “Estudos provam também que a frequência da formação sobre técnicas não farmacológicas e sobre a dor no seu controlo promovem um aumento da informação e, consequentemente, uma maior aplicação. O investimento em formação torna-se, portanto, vital para o alívio da dor e para a qualidade de vida.”



Também na sessão de abertura, Ana Pais, diretora clínica do IPO Coimbra e oncologista, frisou a necessidade de olhar mais para este problema de saúde. “O controlo da dor é um direito de todos os doentes e o Conselho de Administração tem obrigação de o garantir.”

Para o efeito, acrescentou, “da parte da Direção Clínica, logo, do Conselho de Administração, o Grupo tem todo o nosso apoio”.

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