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Maria Luísa Figueira abordou a «Evolução dos paradigmas na Psiquiatria Clínica» na sua Lição de Jubilação

Foram muitos os aplausos no final da Lição de Jubilação da psiquiatra Maria Luísa Figueira, presidente da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental. A aula teve como tema central “Evolução dos paradigmas na Psiquiatria Clínica”, tendo a especialista alertado para a importância da interligação entre a investigação e a prática clínicas.

“É um dia muito especial, numa longa carreira que permitiu viver muitos momentos bons, que me levaram a aprender muito e também a ensinar, quer nas aulas como em artigos e investigações em que participei”, afirmou à Just News Maria Luísa Figueira, momentos antes de se dirigir a todos quantos enchiam o Grande Auditório da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL).

Olhando para o passado, sublinhou o impacto positivo da perspetiva eclética do especialista Barahona Fernandes e recordou o pânico que sentiu na sua primeira consulta: “Estava no final do primeiro ano de internato quando substitui o psiquiatra Fragoso Mendes, do Hospital Júlio de Matos. O peso da responsabilidade era muito grande, mas consegui.”

Maria Luísa Figueira acabou por tornar-se uma das profissionais que mais tem contribuído para a evolução da Psiquiatria. “Tudo se deve ao seu sentido de missão e à forma como sempre trabalhou: escuta ativa, aposta na inovação e partilha entre pares”, referiu Carlos Neves Martins, presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Lisboa Norte.

Qualidades reconhecidas também por Daniel Sampaio, atual diretor do Serviço de Psiquiatria e Saúde Mental do CHLN. “Sempre acompanhei a sua carreira e relembro a coragem e o empenho que teve ao tornar-se diretora do serviço ao qual presido atualmente. Viviam-se momentos difíceis, mas a Professora soube ouvir todas as pessoas e unir diferentes correntes.”

O diretor da FMUL, Fernandes e Fernandes, também se sentiu “honrado” por entregar a medalha de mérito da instituição “a quem tanto tem contribuído para a qualidade na Saúde Mental, quer em termos clínicos como académicos”.

Olhando para o futuro, Maria Luísa Figueira considera que ainda há muito trabalho a fazer a nível da psicopatologia e da subjetividade e intersubjetividade, na pré-reflexibilidade dos sinais vitais, na diferenciação dos sintomas neuropsiquiátricos e na reconstrução do abismo entre a investigação e a clínica.

“É preciso investir mais na interligação entre a investigação empírica e a investigação conceptual, para existir um maior equilíbrio na definição da doença”, defende.

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