Medicina da Reprodução: profissionais de saúde «estão preocupados com a falta de dadores de gâmetas»
A necessidade de sensibilizar a população para o problema da infertilidade e para a doação de gâmetas foram as principais mensagens-chave das XXXIV Jornadas Internacionais de Estudos da Reprodução, que decorreram em Troia, disse à Just News a médica Teresa Almeida Santos.
A presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina da Reprodução (SPMR) salientou a “discussão participativa e entusiasmante” que se registou no evento, que teve como tema central “Medicina da Reprodução em Portugal: oportunidades e desafios”. Teresa Almeida Santos frisou que “as mulheres adiam cada vez mais a gravidez e é importante alertá-las para o impacto dessa decisão em termos de fertilidade”.
A nova lei da Procriação Medicamente Assistida, que alargou a PMA a mulheres solteiras, em união de facto ou casadas com outras mulheres, também foi alvo de debate. De acordo com a especialista, “as pessoas envolveram-se com muito entusiasmo, porque todos os profissionais de saúde estão preocupados com a falta de dadores de gâmetas, para que se dê resposta a quem já está na lista de espera e às novas beneficiárias.” Neste âmbito, todos os participantes insistiram na importância de se alertar a população portuguesa para a doação de gâmetas.
Em termos mais técnicos, a discussão incidiu, sobretudo, na possibilidade de congelar todos os embriões para que estes sejam transferidos durante o ciclo natural das mulheres. Teresa Almeida Santos realçou também a apresentação de uma conferência sobre endometriose e as medidas a tomar para prevenir os problemas de fertilidade em mulheres que sofrem desta doença.


