Medicina Física e de Reabilitação do CHP: 20 anos a ajudar paraplégicos a ganhar autonomia

Dedicação, Tempo, Paciência. A estas três palavras do campo dos afetos junta-se a palavra Ciência nos alicerces do Serviço de Medicina Física e de Reabilitação do Centro Hospitalar do Porto - Hospital de Santo António. Neste serviço, que é tema de reportagem na primeira edição de LIVE Medicina Física e de Reabilitação, ensina-se a viver, oferece-se qualidade de vida e autonomia.

Do atendimento em ambulatório ao internamento, são inúmeros os factos históricos que atestam a dedicação dos profissionais na assistência aos doentes e na investigação. O Santo António foi o primeiro hospital português a colocar um braço inteligente. Foi também pioneiro na reprodução assistida através do método de eletroejaculação em pacientes paraplégicos.



Lurdes Palhau é a diretora de um serviço que se estende por quatro grandes áreas: patologia musculoesquelética, reabilitação de lesões encefálicas e lesões medulares, reabilitação pediátrica e amputados. O Internamento, com 13 camas, está distribuído por três enfermarias gerais e uma de cuidados permanentes.

As áreas terapêuticas são compostas por dois ginásios de adultos, outro para crianças e salas para tratamentos mais especializados, que vão desde a terapia da fala e a mesoterapia, à reeducação do pavimento pélvico e à reabilitação vestibular.

“Temos um serviço muito grande, com 10 médicos do quadro, oito internos de especialidade, em média, mais de 20 terapeutas (fisioterapeutas e terapeutas da fala), mais de 20 enfermeiros, assistentes operacionais e técnicos que totalizam cerca de 60 pessoas”, refere a diretora. A estes profissionais juntam-se médicos e técnicos de outros serviços que apoiam e colaboram com os fisiatras, tais como psicólogos, psiquiatras, assistentes sociais e nutricionistas.



Além de dirigir o serviço, Lurdes Palhau é também responsável pela Unidade de Reabilitação Pediátrica, juntamente com Rosa Amorim, acompanhando centenas de crianças. Entre elas está Carolina Oliveira Teixeira, uma menina de cinco anos com uma paralisia cerebral que lhe afeta a marcha. Caminha em bicos de pés, estando em tratamento há dois anos. De quatro em quatro meses, desloca-se ao Santo António, pela mão da mãe, para lhe ser administrada toxina botulínica do tipo A para controlar a espasticidade. O objetivo é fazer com que o músculo cresça e a criança passe a pousar totalmente o pé quando anda.



Levar a independência do doente ao limite

Integrado num hospital de fase aguda, o internamento do Serviço de Medicina Física e de Reabilitação acontece apenas na primeira fase de reabilitação. “Depois, o doente pode ser orientado para o Centro de Reabilitação do Norte, para uma unidade de cuidados continuados ou para casa”, explica Lurdes Palhau, acrescentando que a maioria dos internamentos resulta de acidentes vasculares cerebrais, traumatismos cranioencefálicos e lesões medulares.

Situações muito graves que, não raras vezes, deixam sequelas permanentes e transformam para sempre a vida do doente. “A Medicina tem tido uma evolução muito grande e salva cada vez mais vidas, mas quando salvamos vidas temos que oferecer qualidade de vida e independência. É preciso que o paciente se torne o mais funcional possível, mesmo que não se consigam ultrapassar todos os défices”, salienta Maria João Andrade, chefe de serviço e responsável pelo internamento.

No que se refere especificamente aos traumatismos vertebromedulares, Maria João Andrade lamenta que Portugal apresente ainda algumas deficiências na área da intervenção médica. Muitas vezes, uma intervenção desadequada prejudica para sempre a qualidade de vida do doente e desencadeia patologias que podem conduzir a uma morte precoce.






A reportagem completa pode ser lida na primeira edição de LIVE Medicina Física e de Reabilitação. Além de Lurdes Palhau e de Maria João Andrade, que abordam diversos outros temas, a reportagem conta com a colaboração e inclui declarações de vários responsáveis:

- Ana Trêpa, médica fisiatra, responsável pela reeducação do pavimento pélvico, terapêutica indicada para a incontinência urinária de esforço;
- Raquel Figueiral, médica que chefia a equipa de reabilitação vestibular;
- Sandra Magalhães, médica fisiatra da Unidade de Prevenção e de Reabilitação Cardiovascular;
- Maria João Miranda, responsável da reabilitação pulmonar (Laboratório de Exercício);
- Paula Barros, responsável pela Unidade de Patologia Musculoesquelética;
- Pedro Cantista, responsável pela Unidade de Amputados.

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