Medicina Física e de Reabilitação: referenciação apresenta «deficiências objetivas graves»

Para Catarina Aguiar Branco, presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Física e de Reabilitação (SPMFR), o Sistema de Classificação dos Doentes (SCD) que são referenciados à MFR apresenta "deficiências objetivas graves de avaliação e agrupamento de doentes que comprometem os seus objetivos primários, a execução e a fiabilidade clínicas".

Em entrevista à Just News, publicada na primeira edição de LIVE Medicina Física e de Reabilitação, Catarina Aguiar Branco considera que "existem as necessidades clínica, científica e técnica de criação e implementação de um Sistema de Classificação dos Doentes (SCD) que são referenciados à MFR, neste caso particular pela MGF, versus a necessidade da melhor gestão possível dos recursos económico-financeiros disponíveis para que estes doentes referenciados pela MGF possam ser avaliados e tratados em MFR, de acordo com as boas práticas médico-clínicas e as guidelines científicas".

A presidente da SPMFR explica de seguida que o SCD informático "criado e implementado pela ACSS (denominado MFR-A), e por esta classificado como ´inovador`, embora assente nos princípios gerais dos SCD, apresenta deficiências objetivas graves de avaliação e agrupamento de doentes que comprometem os seus objetivos primários, a execução e a fiabilidade clínicas e posteriormente a determinação dos ´reais` recursos económicos e financeiros alocados a cada patologia/doente."

É sublinhado que foram realizadas "avaliações múltiplas" nacionais e internacionais e, desta forma, foi possível "enumerar as vantagens concretas advindas da aplicação do MFR-A, mas também identificar objetivamente as numerosas e importantes insuficiências, incongruências, defeitos, erros, desvios e viés que este possui e gera".

Participação "mais ativa" do médico de MFR

Questionada sobre quais as principais consequências desta situação, a responsável esclarece que a “`simplificação` no uso da CIF criada pela ACSS, para uso ´fácil` e rápido no MFR-A pela MGF, conduz a resultados erróneos e a análises dos dados clinicamente desvirtuadas para muitas patologias; o que determina desvios nas categorizações funcionais, na determinação do Grau de Incapacidade, no ´Coreset` e no Grupo MFRA-A de Incapacidade, que o sistema informático MFR-A automaticamente determina logo a partir da primeira classificação clínica pela MGF."

Relativamente a esta matéria, Catarina Aguiar Branco não tem dúvidas de que "é fundamental uma participação mais ativa neste sistema informatizado do médico de MFR, por excelência de formação um ´expert` na avaliação clínico-funcional, o ´real` prescritor terapêutico em MFR, muitas vezes o executante terapêutico e o médico avaliador em MFR dos ganhos clínico-funcionais, numa perspetiva holística, para garantir a credibilidade e fiabilidade do SCD MFR-A."




A entrevista de fundo com Catarina Aguiar Branco pode ser ser lida na 1ª edição de LIVE Medicina Física e de Reabilitação, editada pela Just News.

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