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Medicina Intensiva: «Queremos devolver o doente crítico à sociedade com qualidade de vida»

Mafalda Mourisco, presidente da Associação de Internos de Medicina Intensiva - AIMINT, reconhece haver “cada vez mais a preocupação de devolver o doente crítico à sociedade com uma qualidade de vida o mais semelhante possível à que tinha previamente, indo-se mais além do puro suporte dos órgãos em falência e do tratamento da patologia de base”. Para si, esta é uma "mudança de paradigma importante".

Também a especialização da Medicina Intensiva tem trazido mudanças relevantes, ao “permitir que os intensivistas estejam mais cedo e durante mais tempo ao serviço da população”. Como reforça, “aos 30 anos, temos intensivistas formados e perfeitamente capazes de abordar o doente crítico, aumentando a rentabilidade em termos de anos de serviço”.

Esta foi uma mudança que se deu em 2016, quando foi aberto o internato médico de Medicina Intensiva. No caso do CH Entre Douro e Vouga, onde Mafalda Mourisco se encontra a frequentar o 4.º ano de internato de formação específica, nos três primeiros anos começou por ser aberta apenas uma vaga, que desde 2019 se estendeu a duas.

A nível nacional, se enquanto entre 2016 e 2018 iniciavam este internato entre 26 a 28 médicos por ano, a partir de 2019 este número foi sempre superior a cinco dezenas.

O facto de a especialidade estar a sedimentar-se e já haver intensivistas formados pela via do internato, na sua opinião, “entusiasma e transmite muita segurança àqueles que querem enveredar por esta área”.

A procura dos jovens médicos pela especialidade tem comprovado esta ideia, havendo, inclusivamente, a “tendência de estas vagas estarem a ser escolhidas cada vez mais em posições superiores”.


Mafalda Mourisco

A segurança que se pretende trazer à especialidade foi um dos aspetos que estiveram na base da criação da AIMINT: “Não só por nós, mas pelos vindouros, quisemos sobretudo garantir a equidade de oportunidades do programa formativo, fazendo da Medicina Intensiva uma especialidade que se tornasse mais apelativa para todos.”

Neste contexto, a AIMINT nasceu da procura de “integrar várias questões a nível nacional, onde pudesse ser partilhado aquilo que está a ser bem feito e o que pode ser melhorado”.

“Amplificar e proporcionar uma maior variedade de oferta formativa”

Tendo assumido a função de fundadora e de secretária-geral da direção anterior da AIMINT, para si, foi de certa forma natural o processo que a levou a assumir, desde 25 de novembro de 2021, a posição de presidente.

Os objetivos assentam essencialmente na “afirmação da posição da especialidade em Portugal” e na “perceção do processo de avaliação dos primeiros especialistas (que completaram o primeiro ciclo de cinco anos de internato de Medicina Intensiva, realizando o exame em março deste ano), do acesso aos concursos e do modo como estão a ser integrados nas equipas pelos elementos seniores em termos de desempenho de tarefas”.

Mafalda Mourisco realça que a atividade da AIMINT “resulta, em grande medida, de um caminho paralelo e de partilha com o Colégio da Especialidade, um órgão com quem mantém estreita colaboração, desde a fundação da Associação”.



Paralelamente, a nova direção está a consolidar uma relação de proximidade com a Sociedade Portuguesa de Cuidados Intensivos − desenvolvendo inclusivamente projetos de investigação conjuntos − e com o Conselho Nacional do Médico Interno.

Um dos principais propósitos consiste justamente no aumento da carteira formativa, seja na área do trauma ou da ecografia, por exemplo, considerando precisamente o aumento do número de internos, que leva a que a atual oferta de cursos não seja suficiente para suprir todos os interessados.

Desta forma, “pretende-se amplificar e proporcionar uma maior variedade de oferta formativa, que permita o acesso a algoritmos decisórios que fazem parte do dia-a-dia na prática clínica”.

Atualmente, está a ser desenhado um curso teórico-prático, a realizar posteriormente à data do 2.ª Encontro Nacional de Medicina Intensiva, sobre a temática da via aérea difícil, "de forma a capacitar os internos a gerir essas situações".

Sendo esta 2.ª edição do Encontro Nacional de Medicina Intensiva marcada pela estreia da vertente puramente presencial, após a primeira ter sido realizada em outubro do ano passado, de forma virtual, “o entusiasmo pela aproximação do evento é enorme”.

Na realidade, há mais de dois anos que estes médicos não se veem pela vicissitude da pandemia de covid-19. Soma-se a ânsia motivada pelo desafio logístico de organizar um evento presencial.

O evento tem data marcada para os dias 24 e 25 de setembro, no Hotel HF Fénix Lisboa. O programa pode ser consultado aqui.


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