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Medicina Interna: Iniciativa da SPMI visa facultar uma «formação de qualidade» aos internistas

Quando a Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) criou o seu Departamento de Formação, foi identificada, desde logo, a necessidade de formar quem forma os internistas no terreno, ou seja, os orientadores de formação. Para o coordenador do Núcleo de Formação da SPMI, António Martins Baptista, “não faz sentido querermos uma formação de qualidade se não formarmos, em primeiro lugar, quem está a formar os internistas em todos os hospitais do país”.

O internista, que é coordenador de Medicina Interna no Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, falou à Just News no âmbito da segunda edição do Curso de Orientadores de Formação em Medicina Interna, que teve lugar a 11 de novembro, no Centro de Formação da SPMI, em Lisboa.

António Martins Baptista adiantou que este curso, cuja primeira edição decorreu no âmbito do Congresso Nacional de Medicina Interna 2016, que se realizou no último mês de maio, em Viana do Castelo, “tem recolhido uma satisfação grande das pessoas que o têm frequentado e continuará a realizar-se enquanto se considerar que é útil”.

De acordo com Zélia Lopes, internista do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa e uma das coordenadoras e formadoras deste curso, a finalidade da ação é fomentar o encontro entre os orientadores de formação e, simultaneamente, tentar que tenham objetivos comuns e formas de estar mais partilhadas, para que os internos de Medicina Interna tenham uma formação mais uniforme a nível nacional.

No curso, foi abordado o contexto nacional do internato de formação em Medicina Interna (funções do orientador, legislação do internato em vigor, por exemplo) e falou-se sobre algumas “armas” que são úteis aos orientadores, como, por exemplo, a gestão de conflitos, de stress, de tempo e de prioridades.

Foi feita uma análise SWOT do internato, em que os formandos expuseram o que consideram ser os pontos fortes e fracos e as oportunidades e ameaças à orientação de formação em Medicina Interna e à formação pós-graduada da especialidade.

Zélia Lopes considera que, apesar de todos os assistentes de Medicina Interna terem como função ser orientadores de formação, a mestria, o gosto pelo internato e pela Medicina Interna e o facto de esta tarefa lhes possibilitar o contacto com outras pessoas e uma dinâmica de estudo importante são motivantes para quem forma. Destaca, ainda, que, para os formandos, o curso é compensatório, tanto do ponto de vista curricular como pessoal.

Susana Marques, assistente hospitalar graduada do Serviço de Medicina Interna do Centro Hospitalar de Setúbal, onde é responsável pela área da Formação e diretora do Internato Médico, foi outra das coordenadoras e formadoras deste curso. À Just News, a médica frisou que a ideia “é chegar ao maior número possível de internistas e de orientadores de formação ou futuros orientadores de formação” e que todos tenham uma posição conjunta e consigam formar os internos o melhor possível.

“O curso é muito recente. Enquanto formadora, vou aprendendo com o facto de o fazer e com os formandos que vou tendo. Estas duas edições foram uma experiência gratificante”, acrescenta a internista.



O curso contou com a participação de 21 internistas de Norte a Sul do país e de várias idades, com vários graus de experiência, quer em termos de atividade clínica, quer de orientação de formação.

A par de Susana Marques e de Zélia Lopes, também foi formadora Mavilde Anjos, que, não sendo internista, tem formação e experiência nas áreas da gestão de stress, oportunidades e conflitos. Estas áreas foram consideradas fundamentais para quem é formador, com necessidade de ferramentas práticas para o projeto de formação, conciliando a vasta atividade clínica como internista.

Está programada a realização de, pelo menos, duas edições por ano. Uma como curso pré-congresso do Congresso Nacional de Medicina Interna, se as comissão organizadoras assim o permitirem, e outra no Centro de Formação da SPMI. A próxima terá lugar no Congresso Nacional de Medicina Interna 2017, que vai decorrer em maio, no Porto.





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