Medicina personalizada: detetar os biomarcadores mais relevantes para cada doente «é um dos grandes desafios»

Detetar os biomarcadores mais relevantes para cada doente "é um dos grandes desafios da medicina personalizada", afirma Mário Morais de Almeida, coordenador do Centro de Alergia CUF Descobertas Hospital. Em declarações à Just News, no âmbito do 3.º ABC de Imunologia para Médicos, que decorreu na Fundação Calouste Gulbenkian, o especialista refere que “os recursos sãos escassos e é preciso identificar os que podem fazer a diferença no diagnóstico, no tratamento e também no prognóstico da doença”.



A temática central do evento foi “O saber prático em Imunologia: biomarcadores imunológicos” e Mário Morais de Almeida, que coordenou a reunião com o imunoalergologista Luís Miguel Borrego, realçou que “esta medicina de precisão tem conseguido grandes avanços, sendo necessário ajudar os médicos a conhecer os biomarcadores mais importantes para a sua especialidade”. Realçou ainda que a investigação “não deve parar”.



E deu o exemplo de um trabalho que se está a realizar no Centro de Alergia da CUF Descobertas Hospital: “Atualmente, temos uma equipa a investigar biomarcadores em idade pediátrica para que se possa, por exemplo, obter diagnósticos não invasivos através da temperatura do ar que sai dos pulmões.”

Luís Miguel Borrego, que também faz parte do mesmo Centro, salientou que “a Imunologia Clínica tem um papel cada vez mais fundamental na prática clínica e a realização deste tipo de eventos é uma forma de partilhar conhecimento entre profissionais de saúde e investigadores”.



Para este imunoalergologista, os biomarcadores têm um papel fundamental no diagnóstico e tratamento, mas também no prognóstico: “São ferramentas muito importantes para se analisar a efetividade da terapêutica, para se saber se é a mais adequada para determinada pessoa.”

Além de Mário Morais de Almeida e de Luís Miguel Borrego, na sessão de abertura do 3.º ABC estiveram presentes António Jacinto, subdiretor da Nova Medical School e diretor do Centro de Estudos de Doenças Crónicas (CEDOC) daquela Universidade, e António Parreira, diretor do Centro Clínico da Fundação Champalimaud.



Na sua intervenção, António Jacinto observou que “os biomarcadores dão-nos uma fotografia mais completa da patologia e do doente”. O especialista afirmou ainda que “a Imunologia está numa fase de explosão, existindo uma grande quantidade de informação, sendo essencial que os clínicos estejam atualizados sobre as novidades”.

António Parreira focou-se, sobretudo, no impacto dos biomarcadores na Oncologia, ou não fosse essa a área de referência da Fundação Champalimaud, dando um exemplo. “A leucemia mieloide crónica (LMC), há uns anos, era uma sentença de morte, evoluindo ao fim de dois anos para uma leucemia refratária, mas com os biomarcadores há doentes que entram em remissão em pouco tempo.”

O encontro teve o patrocínio científico da Ordem dos Médicos, da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar e das sociedades de Alergologia e Imunologia Clínica, de Doenças Infecciosas e Microbiologia Médica, de Médicos Patologistas e de Oncologia.




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