KRKA

Médico de família com papel importante no VIH/SIDA

“A complexidade da infeção por VIH/SIDA, a variedade das doenças associadas a esta patologia e dos seus quadros clínicos, a polimedicação e a necessidade de avaliação e controlo sistemático tornam imprescindível a intervenção de uma estrutura multidisciplinar de cuidados de saúde”, adverte Luís Trindade, assistente hospitalar graduado do Serviço de Doenças Infeciosas do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Na sua opinião, os médicos de família estão na “linha da frente” em múltiplas situações, tendo, também, nesta patologia um importante papel a desempenhar.

O especialista indica que, “numa adequada estrutura multidisciplinar”, os MF podem desenvolver contributos fundamentais, nomeadamente na informação e educação da população, designadamente dos jovens, pois são estes quem melhor conhece os indivíduos, a família, o ambiente social e as condições sanitárias da população em que estão inseridos.

O MF é crucial ainda no pedido da realização dos exames laboratoriais adequados à deteção do VIH, conforme Norma n.º 058/2011 da Direção-Geral da Saúde, atualizada a 10/12/2014, e ainda sempre que uma situação ou comportamento de risco sugiram a hipótese deste diagnóstico.

Luís Trindade afirma que o MF é importante, ainda, na prevenção da transmissão do VIH; na persuasão do doente com infeção por VIH/SIDA a ter os cuidados devidos; na informação da família e/ou do(s) seu(s) parceiro(s) sexual(is); no acompanhamento clínico dos seus doentes, em estreita colaboração com a equipa hospitalar que segue em consulta o utente com infeção por VIH/SIDA; e no acompanhamento do doente no domicílio, após a alta hospitalar, participando na resolução de problemas clínicos decorrentes da evolução da doença ou de efeitos adversos da terapêutica antirretroviral.

“Na Europa Ocidental, Portugal apresenta uma das mais elevadas taxas de prevalência, porém, a contenção da propagação da infeção por VIH pode estar ao nosso alcance”, realça.

Para tal, Luís Trindade considera que “há que investir no aconselhamento da comunidade em relação a comportamentos seguros, na promoção do diagnóstico precoce e na referenciação efetiva para abordagem e tratamento correto dos infetados por VIH/SIDA”. Na sua opinião, é “essencial” a comunicação interinstitucional através de meios “rápidos, seguros e privilegiados”, tais como e-mails e telefones diretos de serviços de Infeciologia, ou outros, que lidem com utentes com infeção por VIH/SIDA.




Na edição de abril do Jornal Médico é publicado um Dossier SIDA, com entrevistas a mais de uma dezena de especialistas, nomeadamente a Luís Trindade.

Imprimir


Próximos eventos

Ver Agenda