Merck quer duplicar o investimento em Investigação e Desenvolvimento no nosso país até 2018
Em Portugal há 82 anos, a Merck ocupa o 15.º lugar no ranking geral das empresas farmacêuticas no nosso país, tendo registado uma receita de mais de 65 milhões de euros em 2015. Com mais de três séculos, é a farmacêutica mais antiga do mundo, sendo hoje uma empresa líder em ciência e tecnologia nos setores de Cuidados com a Saúde, Life Science e Performance Materials.
Em entrevista à Just News, publicada na última edição do Jornal Médico, Bruno Wohlschlegel, diretor-geral da Merck Portugal, revela que o sucesso da empresa resulta do investimento feito em inovação.
A Merck foi criada em Darmstadt, na Alemanha, em 1668, tendo-se tornado, ao longo dos últimos quase 350 anos, conforme conta Bruno Wohlschlegel, “numa empresa verdadeiramente global”, com cerca de 50 mil colaboradores distribuídos por 66 países.
Em Portugal, a atividade da Merck começou como empresa Químico-Farmacêutica Limitada, em 1934. 82 anos depois, “a Merck SA é uma companhia global de ciência e tecnologia, que conta com mais de 100 colaboradores em Portugal que trabalham, diariamente, na procura de soluções inovadoras que contribuem para o bem-estar da comunidade”.
“A nossa missão é realizar grandes coisas. Através das nossas empresas especializadas, centradas na investigação, desenvolvemos tecnologias de valor acrescentado e produtos de alta qualidade que irão beneficiar os nossos doentes, promover o sucesso dos nossos clientes e ajudar a alcançar os desafios globais. O sucesso da Merck resulta do nosso investimento em inovação”, relata.
A divisão biofarmacêutica da Merck desenvolve soluções para indicações específicas em áreas terapêuticas altamente especializadas. O seu portfólio inclui medicamentos líderes, que beneficiam os pacientes que sofrem de cancro colorretal, tumores da cabeça e pescoço ou esclerose múltipla.
Desenvolve, também, terapias para tratar a infertilidade, distúrbios do crescimento, doenças cardiovasculares, diabetes e doenças da tiroide. A Investigação e Desenvolvimento está focada nas áreas de Oncologia, Imuno-Oncologia, Doenças Neurodegenerativas, Fertilidade e Endocrinologia.
“uma conquista para os doentes com cancro colorretal metastático"
O novo teste de biópsia líquida para determinação do biomarcador RAS, a ser desenvolvido e comercializado em conjunto com a Sysmex Inostics, recebeu a marcação CE da União Europeia. Para Bruno Wohlschlegel, isto representa “uma conquista para os doentes com cancro colorretal metastático, pois, permite que as decisões terapêuticas sejam tomadas com mais informações e de uma forma mais célere”.
Além da grande vantagem do tempo, uma vez que os resultados estão disponíveis no prazo de uma semana, auxiliando na orientação das decisões de tratamento, ao invés dos testes convencionais de tecidos e que podem demorar mais de 3 semanas a estar disponíveis, o teste requer apenas uma pequena amostra de sangue (10 ml), em vez de uma biópsia de tecido, para determinar o estado de mutação dos tumores.
“Todos os doentes com cancro colorretal metastático podem beneficiar deste novo teste, um método mais simples e rápido quando comparado com os métodos com recurso a tecido, utilizados atualmente na prática clínica”, acrescenta.
Bruno Wohlschlegel nasceu a 12 de julho de 1967, na Alemanha, na Floresta Negra, junto à fronteira com a França. Formou-se em Química, pela Albert Ludwigs University, em Freiburg, na Alemanha (1989 – 1996).
Desde 1996, ocupou diversos cargos na Merck, onde acumulou experiência em funções globais e comerciais em todas as áreas terapêuticas em que a empresa se concentra. Esta possibilidade entusiasmou-o bastante, pois, conforme afirma, ”a Merck Portugal reúne todas as oportunidades e desafios” pelos quais é apaixonado.
Desde 1 de outubro de 2014 que é diretor-geral da Merck Portugal. O seu primeiro objetivo é que “o maior número de doentes beneficie das soluções da empresa”, o que implica que esta mantenha e alargue a sua posição de liderança em todas as áreas de negócio. “Procuramos ser líderes de mercado com novos produtos que vamos lançar nos próximos anos”, indica o responsável.
A sua segunda meta é duplicar o investimento em I&D no nosso país até 2018. “Acredito no potencial de Portugal para a I&D. Quero aproveitar este potencial para a Merck”, adianta.
A entrevista completa com Bruno Wohlschlegel pode ser lida na edição de maio do Jornal Médico.