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Nova técnica de prevenção de AVC para 35-40% dos doentes com fibrilhação auricular

“Uma elevada percentagem de doentes com fibrilhação auricular (35-40%) não pode tomar anticoagulantes para prevenir o AVC”, alertou Eduardo Infante de Oliveira, cardiologista de intervenção, à margem da reunião “New Frontiers in Cardiology – Focus on LAA Closure", adiantando haver agora uma nova esperança para estes doentes: o uso da técnica de encerramento do apêndice auricular esquerdo.

“Cerca de 25% dos doentes com FA que tomam anticoagulantes para prevenir o AVC acabam por suspender a medicação nos primeiros dois anos por intolerância e 10-15% apresentam, logo à partida, contraindicação à sua administração. Isto significa que 35-40% dos doentes não podem ser protegidos por via farmacológica”, mencionou.

Segundo Eduardo Infante de Oliveira, os medicamentos anticoagulantes diminuem a capacidade de formar coágulos dentro das cavidades auriculares, mas aumentam também o risco de causar uma hemorragia.

A técnica do encerramento do apêndice auricular esquerdo, aplicada no Hospital de Santa Maria e em Portugal desde 2009, consiste na introdução de um dispositivo por cateterismo (via percutânea), que encerra o apêndice auricular esquerdo, “estrutura onde se formam cerca de 90% dos trombos que estão na origem da embolização sistémica em contexto de fibrilhação auricular não valvular”.

“Trata-se de um procedimento que tem uma taxa de complicações baixa”, frisa o especialista, desenvolvendo que, para conforto do doente, este é anestesiado durante o cateterismo, uma vez que grande parte do procedimento é guiado por ecografia transensofágica (colocação de uma sonda através do esófago).

Habitualmente, o doente é internado no dia em que realiza a intervenção, passa a noite no hospital por uma questão de vigilância e no dia seguinte tem alta.

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