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«Novos aliados» dão resposta a «velhos mitos» ligados à obesidade

A resposta a “velhos mitos” ligados à obesidade está em “novos aliados”. A mensagem foi transmitida pelo endocrinologista Davide Carvalho, no âmbito do 18.º Congresso Português de Obesidade, subordinado ao lema “Velhos mitos, novos aliados”.

Segundo o presidente da Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade (SPEO) e da Comissão Científica do Congresso, são novos aliados os recentes equipamentos que lembram, através de programas informáticos, que as pessoas têm de ter determinado tipo de comportamentos para combater a obesidade.

“Há múltiplos mitos ligados à obesidade, quer seja acerca da atividade física, quer na área da alimentação”, referiu, justificando que a adoção do lema se prendeu com o facto de as pessoas considerarem que alimentos mais ou menos exóticos ou programas alimentares mais ou menos “esquisitos” podem ter sucesso, tal como à procura de novas soluções para a obesidade.

Relativamente ao programa do congresso, o especialista destacou a conferência de abertura, “na qual se tentou compreender de que forma as situações de stress podem ter impacto no comportamento alimentar”.

Além disso, estiveram em evidência os fatores genéticos, “cada vez mais reconhecidos como multifatoriais”. De acordo com Davide Carvalho, aparentemente, os fatores genéticos atuam face aos ambientais, isto é, se os indivíduos geneticamente predispostos para vir a desenvolver obesidade forem criados num ambiente no qual tenham uma atividade física mais sedentária e forem expostos a alimentos mais ricos em gorduras ou hidratos de carbono, a obesidade pode vir a ser desencadeada.

Sobre este assunto, o presidente da SPEO disse que “cada vez se compreende melhor esta interação e dualidade, o que torna mais difícil o tratamento”. Por outro lado, “este conhecimento também dá uma esperança, porque permite perceber que podemos caminhar para, em determinados grupos, sabermos que as pessoas têm maior predisposição se comerem um determinado tipo de alimentos ou se fizerem uma atividade e, dessa forma, apostarmos mais nesses indivíduos, de acordo com a sua suscetibilidade genética”.

Davide Carvalho fez ainda questão de salientar a enorme adesão de crianças do 1.º ciclo numa sessão sobre educação alimentar.

O congresso, que decorreu em Aveiro e teve como presidente da Comissão Organizadora Local Joana Guimarães, contou com mais de 320 participantes, entre os quais a presidente da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo (SPEDM), Helena Cardoso, que integrou o programa dos trabalhos.

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