«O diagnóstico tardio pode tornar a depressão resistente ao tratamento»

Para Paulo Pessanha, médico de família da USF São João do Porto, abordar o tema da depressão resistente num evento científico dirigido à Medicina Geral e Familiar faz todo o sentido.

Na sua opinião, e considerando que os casos de depressão multiplicam-se, o médico de família é, na maior parte das vezes, o profissional de saúde a quem os doentes que dela sofrem recorrem em primeiro lugar, sendo também o grande referenciador para a Psiquiatria sempre que o tratamento não está a resultar.



Por esse motivo, o especialista e copresidente das VI Jornadas Multidisciplinares de MGF, sublinha a importância da mesa redonda “Saúde Mental de Consultório”, que se vai realizar neste evento, que terá lugar no próximo mês. Uma sessão que vai contar com o psiquiatra Pedro Morgado, que centrará a sua comunicação na temática da depressão que não cede ao tratamento. 

Em declarações à Just News, Paulo Pessanha adianta que uma grande percentagem dos utentes que recorrem à consulta apresenta queixas que se enquadram naquilo que se pode considerar a área da Saúde Mental.

“São casos de depressão, de ansiedade, de hiperatividade etc.”, diz, considerando que “o médico de família tem uma posição privilegiada no tratamento e orientação destas situações, pois, conhece bem a realidade do doente, nomeadamente no que se refere ao ambiente familiar e laboral, personalidade, problemas e anseios.



Relativamente à depressão resistente, Paulo Pessanha refere que o diagnóstico tardio da doença pode contribuir para que o seu tratamento se complique:

“Quanto mais tempo o doente estiver deprimido, sem tratamento, mais difícil se torna conseguir que a terapêutica tenha êxito.” Por outro lado, “há muitos doentes que interrompem o tratamento, por vezes, até de forma abrupta, porque se sentem bem, acabando por ter uma ou mais recaídas”.


Paulo Pessanha

O médico sublinha que, embora não haja uma definição universal de depressão resistente ao tratamento, “geralmente, considera-se que após um doente tomar um antidepressivo em dose máxima, ao longo de pelo menos seis semanas, sem resultado, e depois de um segundo antidepressivo, de uma classe diferente, durante outro período idêntico, novamente sem resultado, estaremos provavelmente perante uma depressão resistente, devendo o doente ser referenciado para a Psiquiatria”.

As novas substâncias e técnicas para tratamento da depressão resistente serão também abordadas na mesa-redonda “Saúde Mental de Consultório”.


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