O médico de família do futuro deve ser «coprodutor de saúde e de bem-estar psicossocial»

O médico de família do futuro deve ser “coprodutor de saúde e de bem-estar psicossocial, não deve ser apenas bom técnico”, defendeu Luís Pisco, vice-presidente da ARS Lisboa e Vale do Tejo, ao intervir na sessão de abertura das I Jornadas do Internato da ARSLVT, que decorreram durante dois dias em Sintra.

Luís Pisco salientou, perante as centenas de internos que estiveram presentes no auditório do Centro Cultural Olga Cadaval, que em Portugal, como noutros países de referência (Inglaterra e Canadá, por exemplo), “a MGF enfrenta momentos difíceis, o que implica futuros médicos de família com determinadas características”.



O responsável referiu-se especificamente às características que se exigem aos médicos de Medicina Geral e Familiar, “num momento em que a especialidade enfrenta condições adversas”. Entre estas estarão “a capacidade para aprender, a influência, a resiliência, a criatividade e o pensamento sistémico”.

O vice-presidente da ARSLVT explicitou, de forma mais detalhada, cada um dos pontos: “É preciso questionar as situações e enfrentar os problemas; ser empáticos, facilitadores e bons a lidar com os conflitos; manter o otimismo e assumir riscos, vivendo na incerteza; trabalhar em equipa, gerar ideias, ter pensamento crítico; estabelecer ligações em rede e aceitar a mudança.”

Luís Pisco relembrou também que os novos profissionais vão ter a possibilidade de fazer parte de unidades a ser construídas nos próximos dois anos, até porque o Ministério da Saúde anunciou a criação de mais 34 centros de saúde, 24 deles na ARSLVT. Uma medida importante “num tempo de crise, no qual, mais que conseguir ter novos médicos, é preciso que o SNS os incentive a ficar”, disse.

Isabel Costa, coordenadora do Internato Médico de MGF da ARSLVT, também fez questão de falar do futuro, que deve assentar “na construção de novas formas de estar”. E recordou que “o futuro do Sistema Nacional de Saúde passa pela capacidade de todos os médicos de família construírem coisas novas que melhorem a qualidade dos cuidados prestados no SNS”.


Sara Costa e Luís Pisco.

A representante da Comissão Organizadora das Jornadas, Sara Costa, destacou a necessidade sentida pelos internos da ARSLVT em organizar este tipo de reunião. “O objetivo era ter um momento único de formação para partilhar trabalhos e discutir as nossas necessidades”, justificou.

Jorge Brandão, vice-presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, esteve presente em representação do presidente da associação, Rui Nogueira. Na sua intervenção, falou do papel da APMGF no desenvolvimento dos CSP, do apoio que pode dar aos internos e da proposta que vai ser entregue para que o Congresso da WONCA, em 2020, se realize em Portugal.

Entretanto, a presidente executiva do ACES Sintra, Ana Andrade, mencionou o envolvimento dos internos em projetos do seu Agrupamento: “São exemplo da participação dos colegas mais novos a consulta do viajante, as três consultas de cessação tabágica, a equipa de cuidados paliativos ou o projeto de Saúde Mental.”



A cerimónia de abertura incluiu a atuação do Grupo Coral Aesculapides, da Secção Regional do Sul da Ordem dos Médicos, conduzido pela maestrina Ana Venade. Na apresentação do coro, que é recente, o presidente da Secção, Jaime Mendes, ressalvou que “os cuidados de saúde primários são o pilar do SNS e é preciso não baixar os braços perante o aumento das tarefas burocráticas que dificultam a comunicação entre médico e doente”.

Sara Costa, Jorge Brandão, Isabel Santos, Luís Pisco e Ana Andrade.






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