Obstetrícia e Medicina Materno-Fetal: especialistas discutem «algumas atitudes» aceites pelas entidades oficiais
A Sociedade Portuguesa de Obstetrícia e Medicina Materno-Fetal, presidida por Luis Mendes da Graça, vai organizar, em Viseu, a sua próxima reunião científica. O responsável sublinha que a reunião é dirigida a médicos especialistas e internos de Obstetrícia/Ginecologia e de Medicina Geral e Familiar, bem como aos enfermeiros especialistas em Saúde Materna e Obstétrica.
O diretor do Departamento de Obstetrícia, Ginecologia e Medicina da Reprodução do Hospital de Santa Maria (CHLN) afirma, a propósito da apresentação do evento, que a Obstetrícia/Medicina Materno-Fetal "tem sido inundada por centenas de novas metodologias destinadas a rastrear as mais diversas situações patológicas, bem como de propostas orientadas para a prevenção de muitas dessas situações".
Na sua opinião, "como não poderia deixar de ser, a grande maioria desses métodos e propostas não resistiu nem ao escrutínio dos pares nem à prova do tempo".
Contudo, acrescenta, "apesar de uma soma de críticas avançada por peritos de várias partes do mundo, a militância de alguns grupos acabou por impor algumas atitudes que foram aceites pelas entidades oficiais de diversos países, que as introduziram como normas obrigatórias a observar nos Serviços de Saúde".
Luís Graça dá como exemplo "os novos critérios para o rastreio da diabetes gestacional (que mais do duplicou o número de grávidas “diabéticas” e multiplicou os custos sem melhoria clínica evidente) e a suplementação de iodo ao universo das gestantes, sem a preocupação de especificar quais as grávidas que efectivamente demonstram essa carência".
Estes são alguns dos temas que estarão em debate ao longo da reunião da Primavera da SPOMMF, que decorrerá nos dias 15 e 16 de abril, no Hotel Montebelo, em Viseu.
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