ORL e Alergologia: «Tudo o que quero perguntar sobre rinossinusites»

O Serviço de ORL e o Centro de Alergia do Hospital Cuf Descobertas estão a organizar, pela primeira vez, a reunião partilhada “Descobertas 2015 – Tudo o que quero perguntar sobre rinossinusites”. José Saraiva, diretor do Serviço de ORL, que coordena a iniciativa em conjunto com Mário Morais de Almeida, afirma que a temática é importante e transversal às duas especialidades.

Em entrevista à mais recente edição do Jornal ORL, da SPORL - Sociedade Portuguesa de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial, José Saraiva salienta que os participantes sairão mais enriquecidos devido à partilha de experiências e conhecimentos entre as duas especialidades.

"Procurámos que os profissionais que lidam com esta patologia se juntem e partilhem os seus conhecimentos e experiências, assim como as suas formas de abordar a situação. Sairemos, com certeza, mais enriquecidos desta troca de conhecimentos", refere, acrescentando que "as rinossinusites são um tema que está na ordem do dia dos médicos destas duas especialidades, mas também da Medicina Geral e Familiar, da Medicina Interna e de uma série de outras áreas, sendo importante esta noção de interação, partilha e abertura dos nossos conhecimentos a uma visão diferente".

Relativamente ao programa, explica que, "depois de passarmos por uma abordagem inicial global sobre o tema e a introdução das duas visões, vamos partilhar com as outras especialidades um pouco dos meios de diagnóstico desta entidade. Isto é, temos a ajuda fundamental da Imagiologia e dos colegas de patologia clínica, para caracterizar mais corretamente e melhorar o diagnóstico desta situação."

Na terceira parte, dedicada a "questões controversas", será abordado "tudo aquilo em que não há consenso e que é importante debater. Estamos a falar, por exemplo, das infeções fúngicas, do papel do refluxo gastresofágico na sinusite, da polipose nasal e dos biofilmes na rinossinusite."

Na última parte, José Saraiva adianta que vamos confrontar aquela que é a visão das duas especialidades, assim como a forma de cada uma abordar a doença e ainda perspetivas futuras de tratamentos".



Além de especialistas provenientes de várias partes do país, foi convidada "uma pessoa que tem trabalhado muito nesta área, desde há vários anos", o prof. Richard Voegels, de São Paulo, Brasil, que abordará a sistematização e a classificação das rinossinusites e fará "ainda uma abordagem sobre o estado atual da terapêutica".

Questionado sobre a articulação entre as duas especialidades na prática clínica, o diretor do Serviço de ORL do Hospital Cuf Descobertas, indica que "é frequente a Alergologia pedir-nos apoio para resolver um conjunto de situações, sobretudo, do ponto de vista cirúrgico. Também nós, muitas vezes, pedimos o contributo dos colegas no diagnóstico e, até, notratamento, porque muitos doentes têm uma causa alérgica na base destes processos. É uma parceria."

O programa pode ser consultado aqui.