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Os internistas têm «a responsabilidade de liderar as mudanças», afirma Luís Campos

O XXI Congresso Nacional de Medicina Interna terminou, no passado domingo, em Vilamoura, com uma palestra de Nigel Crisp, sobre o futuro da Saúde em Portugal, e uma mensagem de Luís Campos aos internistas presentes: “Saímos daqui um pouco diferentes, mais motivados e inspirados; nós temos a responsabilidade de liderar as mudanças.” O futuro da especialidade está também nas mãos de quem a pratica diariamente, salientou o presidente do Congresso.

A qualidade e a frescura da Medicina Interna, a competência e o entusiasmo com que os internistas desempenham as suas funções foram, aliás, os principais elogios deixados pelo especialista em saúde global, Nigel Crisp. O britânico, que coordenou, em 2013 e 2014, o relatório “Um Futuro para a Saúde”, editado pela Fundação Calouste Gulbenkian, confessou-se “impressionado” com a força anímica dos médicos, que não quebrou perante a crise e os cortes no setor.

Apesar de considerar que Portugal tem um bom Serviço Nacional de Saúde, notou que existem constrangimentos que obrigam a mudanças. Um dos desafios que o país terá de vencer é o do envelhecimento da população. “É necessário melhorar a esperança de vida saudável”, frisou, ao mesmo tempo que lembrou que os portugueses sobrevivem sem saúde durante os seus últimos dez anos de vida.

Para Nigel Crisp, responder ao desafio do doente crónico implica um grande investimento em cuidados domiciliários e em cuidados primários. Defendeu que, uma vez realizado este investimento, também os hospitais saem beneficiados, já que as urgências ficam mais desafogadas.

Apontou ainda como outro desafio importante a necessidade de aliviar a pressão no SNS, para que seja sustentável, uma mudança que implicará “o envolvimento de todos”. Na sua ótica, os médicos têm que sair do pedestal e os doentes têm que deixar de estar de joelhos. Retratou, no fundo, uma imagem que foi, por diversas vezes, citada no Congresso: a de um triângulo equilátero onde o doente, a medicina hospitalar e os médicos de família estão em pé de igualdade e comunicam entre si.


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