Otorrinolaringologia: «Queremos elevar o grau de exigência e qualificação da formação pós-graduada»
Para Artur Condé, a adaptação dos critérios de idoneidade e capacidade formativa, que será uma realidade muito em breve, trará, só por si, mais objetividade e qualificação aos serviços formadores, mas entende que este é um caminho que deve continuar a ser percorrido para que se mantenham elevados os padrões de qualidade dos especialistas.
“Com esse documento, iremos ter a possibilidade de avaliar os serviços, certificando-os para a formação pós-graduada. Esta certificação será também um instrumento que os serviços poderão utilizar para o seu desenvolvimento técnico-científico, com naturais repercussões na melhoria da formação médica pós-graduada em Otorrinolaringologia e na sua capacidade assistencial”, explica.
Em entrevista à Just News, publicada na LIVE Especial Otorrinolaringologia, Artur Condé refere que tem havido sempre “o cuidado de sensibilizar os orientadores de formação e os diretores de serviço para que o currículo mínimo seja cumprido, conforme está legalmente estabelecido, para que todos os médicos internos tenham uma formação adequada às necessidades assistenciais da Otorrinolaringologia atual”. E acrescenta que estas diretrizes têm sido acolhidas.
Considera, por outro lado, que é fundamental “dinamizar e incentivar os serviços de Otorrinolaringologia a apostarem na diferenciação”. Dá como exemplo a área da cirurgia da cabeça e pescoço, que faz parte do âmbito de intervenção da ORL.
Artur Condé, diretor do Serviço de Otorrinolaringologia do Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho (CHVNG/E), junto com Nelson Gama e Castro, a quem foi prestada homenagem durante o 3.º Simpósio Internacional da Voz, que teve lugar em Vila Nova de Gaia.
Para já, Artur Condé revela que a Direção do Colégio está a trabalhar na elaboração de um conjunto de normas para a execução do curriculum vitae do candidato a especialista. “O curriculum é um documento muito importante para a avaliação do exame final dos candidatos a especialistas e há necessidade de estabelecer algumas regras para uniformizar a sua execução”, afirma.
A seu ver, “devem ser estabelecidos critérios gerais de elaboração curricular, cujo objetivo se prende com a necessidade de o tornar mais explícito, para que o júri do exame final o possa avaliar de forma mais expedita e justa”.
Defende ainda que “é necessário adequar o currículo mínimo e certificar a formação dos otorrinolaringologistas em subespecialidades, em áreas como, por exemplo, a laringologia, a cirurgia facial ou a otoneurologia, que, fruto da evolução científica e tecnológica recentes, vão sendo cada vez mais áreas de trabalho diferenciadas” dentro da especialidade. Frisa que esta é, aliás, uma medida que vem ao encontro das orientações da União Europeia dos Médicos Especialistas de Otorrinolaringologia.
Além de presidir ao Colégio de Especialidade de Otorrinolaringologia da OM, Artur Condé é diretor do Serviço de Otorrinolaringologia do CH de Vila Nova de Gaia/Espinho EPE, membro da Sociedade Portuguesa de Otorrinolaringologia e da Sociedade Europeia de Otorrinolaringologia Pediátrica e ainda representante da OM na União Europeia dos Médicos Especialistas de Otorrinolaringologia.
A entrevista completa com Artur Condé pode ser lida na LIVE Especial Otorrinolaringologia.