Cepheid Talks

Patologias do cólon, reto e ânus: «Faltam unidades diferenciadas»

“Com a incidência crescente de doenças do foro colo-reto-anal, têm de existir obrigatoriamente unidades diferenciadas, dedicadas exclusivamente a estas patologias", afirma o presidente da Sociedade Portuguesa de Coloproctologia (SPCP), João Pimentel.  O especialista considera que, apesar de já existirem algumas unidades desse tipo entre nós, com “resultados excelentes”, são muito poucas, atendendo às necessidades e quando comparadas com outros países europeus.

Para o presidente da SPCP, é necessário criar, em Portugal, mais unidades e centros de referência dedicados às patologias do cólon, reto e ânus, já que, "só assim conseguiremos proporcionar aos nossos doentes uma abordagem diagnóstica e terapêutica de eleição”, frisa.

As declarações à Just News surgem a propósito do XXV Congresso Nacional de Coloprotologia, que tem lugar nos dias 26 e 27 de novembro, no Porto.

De acordo com João Pimentel, a SPCP tem a particularidade muito própria de conjugar de forma harmoniosa as especialidades de Gastrenterologia e de Cirurgia, havendo uma simbiose "perfeita" entre cirurgiões colorretais e gastrenterologistas.

Assim, no final desta semana estarão em discussão temas do interesse de ambas as especialidades. É o caso do pólipo maligno, do tratamento médico da obstipação, do vírus do papiloma humano (HPV), do carcinoma epidermoide do ânus, das complicações na cirurgia do cancro do reto, das controvérsias em doença inflamatória intestinal e da abordagem cirúrgica na diverticulite aguda.

A nível do cancro do reto, há novas abordagens cirúrgicas que, segundo João Pimentel, estão a dar os primeiros passos de forma muito promissora. “Importa, pois, discutir as complicações que, eventualmente, possam acontecer, não só após estes novos procedimentos como depois dos procedimentos cirúrgicos já perfeitamente estabelecidos e regularmente efetuados”, salienta.

Sobre o pólipo maligno, o especialista refere que há sempre a dialética de cura ou não por terapêutica endoscópica ou por terapêutica cirúrgica, sendo controverso em que circunstância se deve operar.

No que toca à diverticulite aguda, o presidente da SPCP indica que, hoje em dia, se começa a operar cada vez menos e com indicações mais precisas, "valendo a pena discutir este assunto".



Cirurgião dedica-se à Coloproctologia há mais de duas décadas

João Pimentel licenciou-se pela Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra em 1976 e doutorou-se em Medicina (Cirurgia) em 1997, dedicando-se ao domínio da Coloproctologia há quase 30 anos.

O interesse pela Coloproctologia ganhou impulso no 5.º ano do Internato, quando, por entender que deveria enveredar por uma subespecialização, no caso em cirurgia colorretal, uma área que já o atraía, frequentou uma pós-graduação em Londres.

Além de presidente da Sociedade Portuguesa de Coloproctologia, é coordenador do Capítulo de Coloproctologia da Sociedade Portuguesa de Cirurgia, diretor do Centro de Coloproctologia de Coimbra – PROCTOS, professor associado com Agregação em Cirurgia da FMUC e chefe de serviço de Cirurgia Geral do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.

Imprimir


Próximos eventos

Ver Agenda