Planos locais de ação das UCFD são «a melhor forma» de combater a diabetes

“Criar planos de ação com base na realidade local é a melhor forma de combater a diabetes e cabe às unidades coordenadoras funcionais da diabetes (UCFD) fazê-lo.” Quem o afirma é José Manuel Boavida, coordenador do Programa Nacional da Diabetes da Direção-Geral da Saúde (DGS), em declarações à Just News, a propósito da apresentação do relatório “Factos e números da diabetes do Observatório Nacional de 2014”.



Para José Manuel Boavida, os cuidados de saúde primários têm um papel fulcral, nomeadamente através das UCFD, que estabelecem uma maior ponte entre os cuidados de proximidade e os hospitalares: “São um exemplo único no mundo, 76% já têm um plano de ação e, no próximo ano, este será obrigatório para todas as UCFD, para se conseguir atingir metas locais, descentralizadas e exequíveis.”

De acordo com o Observatório Nacional de 2014, a representatividade das consultas de diabetes no total das consultas médicas nos CSP aumentou, passando de 6,1%, em 2011, para 8,3%, em 2014. “Os CSP têm um papel fundamental e o futuro deve envolver médicos de MGF e enfermeiros, mas também nutricionistas e podologistas”, afirmou.



O coordenador do Programa Nacional da Diabetes vê também com bons olhos alguns dos dados apresentados, como a diminuição do número de amputações, dos internamentos por descompensação, das complicações associadas ao pé diabético e da taxa de letalidade intra-hospitalar, bem como a estabilização da diabetes tipo 1 nas crianças e jovens.

Contudo, “ainda é preocupante saber que se registou uma diminuição de 17%, entre 2013 e 2014, no número de pessoas com diabetes sujeitas a rastreio da retinopatia diabética, que se verificou um aumento da diabetes gestacional e que a nefropatia continua a ser uma situação clínica relevante”.



Em termos globais, a prevalência da diabetes, entre os 20 e os 79 anos, é de 13,1%, mais de um milhão de portugueses e, destes, 40% não sabem que têm a doença.

Na apresentação do relatório estiveram ainda presentes José Luís Medina, presidente da Sociedade Portuguesa de Diabetologia (SPD), Luís Gardete Correia, presidente da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP), Francisco George, diretor-geral da Saúde, e Fernando Leal da Costa, ministro da Saúde.



Há ainda a destacar a presença, na assistência, de Jorge Soares e Sérgio Gulbenkian, na sequência do projeto-piloto “Não à Diabetes”, que tem como objetivo evitar que 50 mil pré-diabéticos desenvolvam a doença nos próximos cinco anos e identificar, no mesmo período, 50 mil diabéticos que desconheçam ser portadores da doença.


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