Porto Vascular Conference volta a «abrir portas» à Medicina Geral e Familiar
A Faculdade de Medicina do Porto acolhe, no início de maio, a 5.ª edição da Porto Vascular Conference, presidida por Armando Mansilha, sendo esperados mais de 500 participantes.
O professor convidado da FMUP recorda que a conferência, que tem uma periodicidade anual, tem merecido, por parte da Union Européene des Médicins Spécialistes, a atribuição de créditos CME (Continuing Medical Education).
Adianta também que a reunião tem, por outro lado, suscitado o interesse não só dos especialistas e internos de Angiologia e Cirurgia Vascular, mas também da MGF e da Enfermagem Vascular, dos técnicos de diagnóstico vascular e dos estudantes do 6.º ano da FMUP.
Em entrevista à Just News, Rui Cernadas, especialista de Medicina Geral e Familiar (MGF) e copresidente do evento, realça que a Porto Vascular Conference volta a constituir-se como um “palco de excelência, não só e principalmente na discussão dos grandes temas ligados à Angiologia e à Cirurgia Vascular, como na possibilidade de abrir portas aos médicos de família para um processo de articulação e partilha indispensáveis na moderna medicina”.
“Na sua abertura e convite à MGF, o programa científico abre as portas, diria até, retira e dispensa as portas, apelando à presença e participação dos médicos que no SNS asseguram, garantem e desempenham o cumprimento do direito constitucional de, a cada cidadão, atribuir um médico de família”, aponta. E desenvolve:
“No primeiro dia de trabalhos, serão discutidos temas que, pela sua prevalência ou impacto clínico, relevam significativamente para a prática ambulatória e também para a circunstância demográfica do envelhecimento da nossa sociedade e crescente repercussão epidemiológica e assistencial – por exemplo, a fibrilhação auricular e a prevenção do AVC, a trombose venosa cerebral, o tratamento e a profilaxia do tromboembolismo, o problema da trombose associada ao cancro ou a anticoagulação em populações ou doentes frágeis, quer pela idade, quer pela função renal, por exemplo.”
Rui Cernadas realça, ainda, a realização de duas sessões de apresentação e discussão, informal e aberta, de casos clínicos nas componentes venosa e arterial, por parte de colegas dos Cuidados de Saúde Primários e que contarão com os comentários de outros convidados da mesma área profissional, ainda que áreas geográficas bem diversas.
“O médico de família é, por regra, o contacto inicial do doente, mas não se pode limitar ao alívio sintomático, ainda que importante, sem em seguida avaliar em termos da prevenção das complicações ou até dos critérios específicos de referenciação de doentes, quando justificado”, salienta.
Rui Cernadas sublinha o peso que esta Conferência vem marcando no panorama científico nacional, destacando a presença, na edição de 2017, de quase 30 grandes nomes da cirurgia vascular internacional. O programa da reunião contempla outros temas, como a doença arterial periférica, o pé diabético, a doença venosa crónica, as varizes dos membros inferiores ou a trombose venosa. Será abordada também a educação médica contínua.