Portugal entre os três países com maior representação na Conferência da WONCA Europa

A seguir à Espanha e à Turquia, Portugal foi o país com maior número de participantes na 20.ª Conferência da Organização Mundial dos Médicos de Família (WONCA) Europa. Este dado foi avançado à Just News por Rui Nogueira, presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF). O evento, que mobilizou 3800 participantes, teve lugar entre os dias 22 e 25 de outubro, em Istambul.



Rui Nogueira frisou a importância deste congresso porque “congrega os médicos de família europeus e os principais dirigentes das diferentes associações da Europa e até do mundo”, destacando a presença nesta edição de figuras como o presidente da WONCA mundial, Michael Kidd, e a presidente eleita, Amanda Howe.

“É importante a comparação e a constatação da evolução da MGF nos diferentes países europeus, sendo fundamental ver a assimetria que há aos vários níveis, não só organizativos, mas também no plano de formação médica”, referiu, indicando que o mais significativo é que Portugal está entre os melhores no que toca a parâmetros como o funcionamento, a organização, a dedicação ou até os resultados.

Segundo Rui Nogueira, onde porventura o nosso país não estará tão bem como outros é na vertente académica, por ter sido talvez aquela em que se começou a apostar mais tardiamente. “Tivemos um primeiro desenvolvimento assistencial na década de 80 e uma mudança de paradigma. Foi implementado o Serviço Nacional de Saúde com o contributo dos especialistas em MGF e começou a fazer-se formação em exercício”, relatou, acrescentando que houve depois uma evolução muito significativa ao nível do internato que começou nos anos 80 e que se desenvolveu muito nos anos 90 e nos últimos 10 anos.

“Apesar de já termos um grupo significativo de professores de MGF, é necessário motivar os nossos académicos para apresentarem os seus trabalhos nos congressos da especialidade. Temos de evoluir mais para que haja investigação e divulgação da investigação ao nível destes grandes eventos dos médicos de família”, mencionou.

Outro aspeto salientado por Rui Nogueira é o facto de os especialistas em MGF europeus estarem em renovação, tendo sido notório o número significativo de médicos mais novos, “muito ativos e participativos”, que participaram no evento.



Antes da Conferência, teve lugar o Conselho Europeu, no qual foi aprovada uma alteração de estatutos na WONCA Europa, sendo que a modificação mais relevante é que vai passar a haver a figura de presidente eleito e também a do past president, à semelhança do que acontece na WONCA mundial. “O presidente eleito só vai tomar posse três anos depois e o presidente cessante ainda continua em funções durante um ano”, esclareceu o presidente da APMGF.

A participação portuguesa na Conferência, quer com a apresentação de trabalhos, quer integrando workshops, foi significativa. De destacar o simpósio sobre doença pulmonar obstrutiva crónica, onde participou Jaime Correia de Sousa, docente da Escola de Ciências da Saúde (ECS) da Universidade do Minho e presidente eleito do International Primary Care Respiratory Group (IPCRG). 

Entre outras sessões onde estiveram médicos de família portugueses, o workshop intitulado “Research by new and future GP incorporating the 2015 Vasco da Gama Movement Junior Researcher Award”, teve a participação de Ana Luísa Neves, a representante da APMGF no European General Practice Research Network (EGPRN).



Portugueses premiados pelo seu trabalho


Nesta edição da Conferência da WONCA Europa, a APMGF decidiu atribuir bolsas aos melhores trabalhos apresentados por médicos portugueses. Esta foi, segundo Rui Nogueira, uma forma de apoiar a participação nacional”.  Uma médica portuguesa, Vera Pires da Silva, foi também galardoada com a atribuição de uma bolsa do Vasco da Gama Movement Found.


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