Portugueses sem acesso a programas de Reabilitação Respiratória
O XXI Congresso de Pneumologia do Norte, que está a decorrer na Fundação Cupertino Miranda, de 13 a 15 de Março, promove uma mesa redonda na qual vários especialistas, nacionais e internacionais, debatem o tema da Reabilitação Respiratória e a sua importância para os doentes respiratórios. Em Portugal apenas 0,1% dos cerca de 700 mil doentes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) têm acesso a esta componente essencial da terapêutica de muitas doenças respiratórias crónicas.
Os programas de Reabilitação Respiratória assentam em três pilares: controlo clínico, exercício e educação. Apesar de Portugal contar com uma diminuta capacidade de resposta por parte dos serviços de saúde existentes, públicos e privados, existe uma forte evidência dos benefícios da Reabilitação Respiratória. Estes foram recentemente referidos nas Normas de Orientação Clínica elaboradas pela Direcção Geral da Saúde bem como a elevada prevalência de doentes que dela podem beneficiar.
Marta Drummond, pneumologista e Presidente do Congresso, afirma que “a Reabilitação Respiratória é uma componente fundamental no tratamento do doente respiratório e é atualmente apontada como uma intervenção de primeira linha no tratamento de doentes com DPOC estável, num estádio moderado a grave. Os doentes respiratórios, em Portugal, têm um acesso reduzido a esta abordagem terapêutica , comparativamente com outros países europeus.”
A Reabilitação Respiratória permite a diminuição dos sintomas e principalmente um aumento da tolerância ao exercício, possibilitando ao doente ter uma vida diária com maior qualidade de vida e autonomia .
A Reabilitação Respiratória permite aos doentes e ao estado uma redução dos gastos com a saúde, uma vez que o doente não terá de recorrer com tanta frequência a consultas médicas, idas às urgências e internamentos.
O programa do XXI Congresso de Pneumologia do Norte pode ser consultado aqui.