PPCIRA e o controlo de infeções: «Os testes são o rei. Em 3 ou 4 horas temos os resultados»

"Orgulho-me de dizer que temos neste hospital uma cultura de prevenção de infeção", afirma Clara Carvalho, enfermeira gestora do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos (PPCIRA) no Hospital de São Francisco Xavier (HSFX) - Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental.

"Eu conheço todos os serviços e todos os colegas dos serviços", refere a enfermeira à Just News. E obviamente não é por acaso, conforme explica: "A nossa realidade é ir aos serviços, é acompanhar estes doentes, apoiar a implementação das políticas, quer a nível de antibióticos, quer a nível de prevenção e controlo de infeção."

E reconhece que os resultados têm surgido, de forma consistente: "Não tivemos surtos de Enterobacterales Produtoras de Carbapenemases (EPC), o que para nós é motivo de grande satisfação."


Clara Carvalho

É precisamente para partilhar a sua experiência e a da equipa do PPCIRA, com as suas "metodologias  inovadoras", que Clara Carvalho participa no webinar que a Cepheid promove, esta quinta-feira, sobre "A importância do diagnóstico rápido na prevenção e combate das Infecções associadas aos cuidados de saúde".

A iniciativa, de participação gratuita, está aberta a "todos os profissionais interessados no tema" e é considerada relevante pela enfermeira, porque "os programas de prevenção e controlo da infeção devem ser muito mais divulgados e discutidos".

O motivo é simples, indica a enfermeira, que é responsável pela implementação e monitorização do PPCIRA: "Quanto mais pessoas souberem de medidas de prevenção e controlo de infeção, melhor fazemos o nosso trabalho."

"Temos um sistema de vigilância automatizado"

Conforme explica Clara Carvalho, "as EPC são microrganismos que merecem uma atenção muito especial dos grupos PPCIRA, não só porque as infeções que provocam estão associadas a taxas de morbimortalidade muito elevadas, mas também porque muitas vezes não há antibióticos disponíveis para o tratamento de algumas destas infeções."

Desta forma, as medidas de prevenção e controlo de infeção são críticas e "representam um enorme desafio".

No caso concreto do HSFX, adianta um pouco da metodologia que se tem revelado muito importante: "Temos um sistema de vigilância automatizado. Significa que, em tempo real, temos os resultados da microbiologia. Assim, à distância de um clique, podemos saber quantos doentes estão internados com estes microrganismos."

Consequentemente, "assim que saem os resultados, há um conjunto de medidas que, de forma automática, são imediatamente adotadas para conter a propagação destes microrganismos."

Rapidez, rapidez, rapidez


"Os testes são rei", sublinha Clara Carvalho. Na sua opinião, se no jogo de xadrez a peça fundamental é o rei, "neste ´bundle`, ou seja, neste conjunto de medidas sinérgicas que implementamos com vista a controlar as infeções, os testes que realizamos são o rei. Atualmente, em 3 ou 4 horas, conseguimos ter os resultados do teste, o que é fabuloso, quer para o doente, quer para a própria instituição."

E acrescenta: "Mesmo que às vezes pareça um grande investimento, e é verdade que os testes não são baratos, é preciso também olhar para o retorno deste custo, que permite, potencialmente, dirigir a antibioterapia aos doentes da forma mais eficaz, sendo que há um conjunto de práticas que nós poupamos com estes testes rápidos."


E se agora os resultados dos testes são obtidos em 3 ou 4 horas, qual era a realidade anteriormente? "Há cerca de 3 anos, os testes podiam demorar até 3 ou 4 dias. Entretanto, o doente ficava isolado e muitas vezes revela-se não ter sido necessário. Passou a fazer uma grande diferença, sem sombra de dúvidas."


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