Prémio Nacional de Medicina Interna distinguiu Luís Campos, «um símbolo do ecletismo»

“Um símbolo do ecletismo e da dimensão enorme de horizontes do pensamento que um médico deveria ter como referência”, é assim que, em declarações à Just News, José Delgado Alves se refere a Luís Campos, a propósito da distinção atribuída recentemente ao seu colega internista.

Luís Campos, que presidiu à Sociedade Portuguesa de Medicina Interna entre 2016 e 2018, recebeu a maior distinção nacional atribuída a um internista durante o 30.º Congresso da SPMI, no final de maio: o Prémio Nacional de Medicina Interna.

A apresentar o premiado esteve José Delgado Alves, que foi o primeiro proponente da lista de nomes que indicaram este médico como alguém que “contribuiu de forma relevante para o prestígio e avanço científico da especialidade” e que “constitui um exemplo de trabalho e de dedicação profissional”, como estabelece o Regulamento deste Prémio.

O coordenador cessante do NEDAI - Núcleo de Estudos de Doenças Autoimunes da SPMI sublinha que, “paralelamente a uma atividade clínica, que ainda mantém, Luís Campos foi pioneiro em inúmeras áreas cuja intersecção com a saúde ainda era, nas respetivas épocas, insuspeitada por muitos”.

E José Delgado Alves enumera “a qualidade, a organização dos sistemas de saúde – desde a conceção de unidades hospitalares até à elaboração de programas regionais de saúde e definição da rede de serviços de urgência -- e, mais recentemente, o ambiente”.


Luís Campos e José Delgado Alves durante o 30.º Congresso da SPMI

“Professor, mestre e inspirador de várias gerações de médicos”

Destacando a sua “formação abrangente, nas áreas clínica, de gestão e de qualidade dos serviços de saúde”, realça o papel de Luís Campos enquanto “professor, mestre e inspirador de várias gerações de médicos, não só pelos cargos que exerceu, mas também pelo exemplo de profissionalismo, lealdade e colaboração com que sempre pontuou a sua atividade diária”.

Não deixa de referir igualmente a sua “atividade artística notável, no âmbito da fotografia, mas não só, representada em quase uma centena de exposições nacionais e internacionais”.

Comentando à Just News a entrega da edição de 2024 do Prémio Nacional de MI, Lèlita Santos, que terminou agora o seu mandato como presidente da SPMI, também distingue “a carreira de excelência e muito variada” do premiado. Reconhece igualmente que o seu perfil “representa muito bem a Medicina Interna”, assumindo ser “um orgulho para a SPMI tê-lo como um dos seus membros”.



“Sempre fui um grande defensor da MI”

“Ninguém consegue fazer um bom trabalho sem boas equipas na retaguarda e é fundamentalmente a elas que se deve a atribuição deste Prémio”, afirma Luís Campos. Reconhecendo que, ao longo da sua carreira, tem procurado “diversificar o tipo de atuações, nunca deixando de ser médico”, acredita que foi “esta diversidade de empenhos” que justificou o Prémio.

Mostrando-se grato pelo reconhecimento dos pares pela sua atividade, diz que, ao longo dos anos, tem “procurado estabelecer a ponte entre a atividade hospitalar e a política de saúde”, tendo estado “envolvido nas principais reformas nesta área durante as últimas duas décadas”. Um dos últimos projetos em que se empenhou foi a criação, em outubro de 2022, do Conselho Português para a Saúde e Ambiente, a que preside, entidade que já reúne 85 organizações.


Luís Campos faz questão de destacar a equipa que liderou no Hospital de São Francisco Xavier

Faz, contudo, questão em deixar claro que “o trabalho desenvolvido e todas as conquistas se deveram, essencialmente, às belíssimas equipas” com que lidou. E recorda, nomeadamente, o período em que dirigiu o Serviço de Medicina no Hospital de São Francisco Xavier (2003-2021) e também os anos em que, em acumulação, foi responsável pelo Serviço de Urgência da Zona Ocidental da Área Metropolitana de Lisboa (2003-2006).

Salienta igualmente todo o apoio que recebeu dos elementos do Núcleo de Estudos de Doenças Autoimunes (NEDAI) – de que havia sido um dos fundadores, em 1993 --, enquanto foi seu coordenador (2003-2011), e da Direção e do Secretariado da SPMI, quando a ela presidiu (2016-2018).


A notícia completa pode ser lida na próxima LIVE Medicina Interna, acessível a todos os médicos internos e especialistas de Medicina Interna em Portugal.

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