Prevenção quaternária foi o «fio condutor» do 19.º Congresso de Medicina Geral e Familiar
A diabetes, a hipertensão, a DPOC, a osteoporose ou as hepatites foram alguns dos temas que dominaram o programa científico do 19.º Congresso Nacional de Medicina Geral e Familiar, que decorreu em Viseu. A servir de elo de ligação esteve uma preocupação que tem vindo a ganhar peso entre os médicos de família, a prevenção quaternária, explicou Lino Ministro, presidente da Comissão Científica do evento.
“Foi o fio condutor deste congresso, porque achamos que é preciso proteger os utentes do uso excessivo ou desnecessário de intervenções médicas e não médicas, sejam elas de cariz preventivo, diagnóstico ou terapêutico e tenham elas fundamento científico, sejam pseudociência ou puro charlatanismo”, defendeu Lino Ministro, acrescentando que a boa Medicina é aquela que garante todos os cuidados necessários, sem desperdiçar recursos, sem criar ilusões e falsas expectativas.
De resto, Lino Ministro assegurou que o congresso teve a preocupação de trazer para reflexão e debate um número diversificado de temas, dado o caráter abrangente da especialidade. “Achamos que o objetivo foi cumprido e que o balanço é muito positivo, o que se comprova facilmente pelo número de inscrições – mais de 700 – e de colegas que apresentaram trabalhos”, afirma.
Segundo o presidente da Comissão Científica, foram apresentadas 225 comunicações orais, 225 pósteres e realizados sete workshops. Mas o número de trabalhos submetidos a apreciação foi bastante mais elevado (636) e “com grande qualidade, o que dificultou a tarefa do júri”, explicou. A comprová-lo está o facto de a seleção dos mesmos ter envolvido cerca de 50 médicos.
Na sessão de encerramento do 19.º Congresso Nacional de Medicina Geral e Familiar, foram divulgados os 13 trabalhos científicos premiados.