Primeiro cardiodesfibrilhador subcutâneo para a prevenção da morte súbita implantado no Alentejo
O Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE) implantou recentemente, num homem de 37 anos, um Cardiodesfibrilhador Subcutâneo (CDI-S) para a prevenção da morte súbita. Sublinha a unidade hospitalar que se trata da primeira cirurgia do género a ser efetuada no Alentejo.
Pedro Dionísio, coordenador da Unidade de Pacing e Arritmologia do Serviço de Cardiologia do HESE, que realizou a cirurgia, salienta que “o CDI Subcutâneo Emblem SICD é uma grande mais-valia para o doente, já que o implante não interfere com o tecido vascular e responde à necessidade do doente de forma menos invasiva. É menos traumático".
Acrescenta ainda o especialista que, “para o doente, sentir que o dispositivo está fora do coração e que cumpre na totalidade o que precisa, no caso desfibrilhar, é uma satisfação enorme".
Membros da equipa da Unidade de Pacing e Arritmologia do Serviço de Cardiologia do HESE.
Sendo um implante subcutâneo, menos invasivo, diminui o risco de complicações para o doente – como risco de endocardites, reposicionamento ou extração do elétrodo, ou lesões vasculares – e liberta tecido que pode ser necessário no futuro.
O HESE esclarece que "após o implante de um CDI Subcutâneo, o doente não tem limitações de movimento dos braços, o que não se verifica com um CDI Transvenoso. Além disso, o novo sistema de CDI Subcutâneo, Emblem SICD, é compatível com ressonância magnética, 1.5Tesla, corpo inteiro."
O doente intervencionado com CDI Subcutâneo em Évora sofre de síndrome de Brugada – uma arritmia hereditária que pode conduzir à Morte Súbita – e havia sido submetido a duas cirurgias anteriores relacionadas com um CDI Transvenoso de que era portador desde os 27 anos.
“Graças ao novo sistema totalmente subcutâneo (sem elétrodos intravasculares ou intracardíacos) eliminam-se as principais disfunções relativas aos eletrocatéteres e podem abandonar-se definitivamente os antigos”, explica Pedro Dionísio.
A Implantação realizada em Évora contou também a colaboração de Diogo Cavaco (dos Hospitais de Santa Cruz e da Luz, em Lisboa) e do Serviço de Anestesia do HESE (Juan Moralejo).



