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Propor aos médicos católicos «a figura de Cristo médico como uma inspiração»

A abordagem da relação médico-doente, nas suas várias vertentes, esteve no cerne da Reunião Nacional dos Médicos Católicos, realizada em maio, no Centro de Congressos da Ordem dos Médicos, no Porto.



Carlos Martins da Rocha, ginecologista/obstetra do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital de S. João (Porto) e presidente da Associação dos Médicos Católicos Portugueses (AMCP), sublinha a importância do médico se focar na pessoa, "na sua totalidade e não apenas nas manifestações dos sinais das doenças, sejam elas quais forem".

A tecnologia é essencial, "porque nos ajuda no diagnóstico e abre caminhos terapêuticos, mas, se o médico se esquecer que a deve utilizar ao serviço da pessoa, pode acontecer – e acontece – que o doente se sinta esquecido, como referiu Lobo Antunes na sua intervenção. Um dos fatores que poderá ter contribuído para isso é o facto do ensino da Medicina se esquecer de formar os médicos não só no sentido de os treinar no diagnóstico, terapêutica e uso de meios complementares de diagnóstico, mas, fundamentalmente, a integrar todos os seus conhecimentos na relação médico-doente".



Na reunião, o economista Pedro Arroja assinalou três vertentes desse binómio: a relação médico-doente baseada na troca de serviços (existente sobretudo nos países de ideologia liberal), no poder (em que é o poder político que regulamenta essa relação) e no amor (baseada na figura do João Semana). Na sua perspetiva, este último é um paradigma bem português, que vale a pena ressuscitar.

O evento contou igualmente com a presença do padre José Eduardo Lima, sacerdote jesuíta assistente da Direção nacional da Associação. "O grande lema da nossa ação é propor a todos os médicos católicos a figura de Cristo médico como uma inspiração para a relação médico-doente", explica o presidente da AMCP.

"Quanto mais o médico se assemelhar a Cristo médico, nomeadamente na atitude de humildade que teve na «Última Ceia» em relação aos seus discípulos, melhor médico será. Esta proposta revolucionária visa contrariar uma visão da vida baseada no interesse, no domínio do outro e não numa atitude de serviço para bem das pessoas doentes", refere.

A Reunião Nacional dos Médicos Católicos Portugueses insere-se nas comemorações dos 100 anos da AMCP. No dia 7 de novembro terá lugar outra iniciativa em Lisboa, seguindo-se, no dia 28 do mesmo mês, o Encontro Nacional de Jovens Médicos Católicos, também no Centro de Congressos da Ordem dos Médicos, a par de diversos concertos comemorativos no final do ano, em várias regiões do país.



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