Psicólogos alertam para o «profundo impacto das questões habitacionais na Saúde Psicológica»

Para Francisco Rodrigues, bastonário da Ordem dos Psicólogos Portugueses, não há qualquer dúvida quanto ao profundo impacto das questões habitacionais, "como a insegurança ou rendas excessivas, na Saúde Psicológica, no bem-estar, na qualidade de vida e perceção de realização profissional dos jovens".

Por este motivo, a OPP decidiu entregar um documento durante o período de consulta pública do Plano Mais Habitação, onde sugere a "disponibilização de apoios específicos para pessoas em situação de vulnerabilidade, adversidade ou transição no ciclo de vida e que se aumente o investimento em programas de apoio à habitação inicial".

De acordo com Francisco Rodrigues, as questões habitacionais afetam em particular os jovens adultos, "limitam as oportunidades de acesso a um melhor emprego ou educação, atrasando a saída da casa dos pais e impossibilitando a constituição de família”. 

Francisco Rodrigues

Segundo o responsável, é essencial que "as pessoas em situação de vulnerabilidade tenham também apoios específicos". Um dos exemplos referidos é o das mulheres grávidas que “vivem na incerteza de não saber se vão conseguir manter as suas casas ou que acabam mesmo por ficar sem habitação”.

Como consequência, "a sua Saúde Psicológica é profundamente impactada, ao mesmo tempo que sofrem com resultados mais negativos pós-parto e no desenvolvimento das suas crianças".

Mas não só. Também as pessoas que estão a passar por um processo de separação ou divórcio enfrentam "um risco acrescido de ficar a viver em situação de sem-abrigo ou de ver a sua condição habitacional degradar-se, o que gera stresse, insatisfação, instabilidade e uma diminuição da qualidade de vida".

Nesse sentido, a OPP considera "imperativo assegurar uma estratégia transversal de prevenção e promoção do desenvolvimento das capacidades e competências das pessoas, da sua Saúde e bem-estar em todos os contextos de vida – económicos, físicos e sociais".

É ainda sublinhada a necessidade de reforçar a capacidade de resposta dos serviços de Saúde, "nomeadamente no que diz respeito aos cidadãos em situação de vulnerabilidade, com particular prioridade e urgência para a colocação de Psicólogos nos Cuidados de Saúde Primários".

O documento entregue em consulta pública pode ser consultado aqui.

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