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Radiações ionizantes: debate sobre a segurança dos doentes e profissionais de saúde

Tem amanhã início, no auditório do IPO Lisboa, um debate sobre a segurança dos doentes e profissionais nos serviços de radiologia e medicina nuclear. No evento, que decorre até dia 12 de setembro, estarão alguns dos melhores especialistas nacionais e internacionais em radiações ionizantes.

O IPO Lisboa sublinha alguns dos "inúmeros benefícios" que resultam da utilização de radiações ionizantes na medicina (raios X e raios gama), nomeadamente diagnósticos mais precoces e fiáveis e tratamentos mais eficazes. Contudo, acrescenta, "a manipulação incorreta ou inadvertida destas tecnologias e equipamentos pode originar riscos para a saúde dos doentes e dos profissionais expostos". E este é exatamente um dos temas que será analisado e discutido no workshop que tem como tema a "Justificação e otimização das exposições médicas a radiações ionizantes".

A justificação dos exames médicos que utilizam radiações ionizantes e a otimização da protecção contra radiações de trabalhadores expostos, dos pacientes e dos utentes, são dois princípios basilares em torno dos quais se articula o Sistema Internacional de Protecção Radiológica.

José Venâncio, médico radiologista e diretor do Serviço de Radiologia do IPO Lisboa, reconhece que "o desenvolvimento tecnológico dos últimos anos permitiu melhorar a segurança e a eficácia dos procedimentos médicos que utilizam radiações ionizantes, com o consequente benefício para os pacientes".

O acesso universal a serviços de saúde, que é atualmente uma prioridade para as autoridades de saúde em todo o mundo, também vai estar em debate no auditório do IPO de Lisboa.

O IPO Lisboa chama a atenção para o facto de que, segundo os dados disponíveis, "nos países desenvolvidos, um terço dos procedimentos de diagnóstico médico utilizando radiações ionizantes não são clinicamente justificados. Por outro lado, em outras regiões do mundo, o acesso aos serviços de saúde e a tecnologias de imagem médica são ainda restritos, verificando-se em alguns países uma cobertura limitada de serviços de radiologia".

Para José Venâncio, "quando se consideram as aplicações médicas das radiações ionizantes, tanto o uso indiscriminado e desnecessário como a falta de acesso prefiguram problemas de saúde pública." Na sua opinião, "devem ser utilizados os exames de diagnósticos adequados, de modo tecnicamente correcto e quando necessários".

No workshop estarão presentes palestrantes de todos os países de expressão portuguesa: «Além da partilha de experiências, pretendemos criar um fórum de discussão sobre protecção e segurança radiológica, programas de intercâmbio e avaliar a possibilidade de elaborar guidelines de radiologia médica comuns aos países de língua portuguesa», esclarece o director do Serviço de Radiologia do IPO Lisboa.

O evento reúne em Lisboa alguns dos maiores especialistas nacionais e internacionais em radiações ionizantes e conta com o apoio científico de várias entidades: Organização Mundial da Saúde (OMS), Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA), Ministério da Saúde (MS), Agência Nuclear de Energia da OCDE (NEA-OECD), International Commission on Radiological Protection (ICRP), Sociedade Europeia de Radiologia (ESR), Comissão Europeia, Direcção Geral da Saúde (DGS), Entidade Reguladora da Saúde (ERS), Sociedade Portuguesa de Física/Divisão de Física Médica (SPF/DFM) e Sociedade Portuguesa de Protecção Contra Radiações (SPPCR).

O workshop é organizado em conjunto pelo Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR), Escola Superior de Tecnologias da Saúde de Coimbra (ESTeSC), Instituto Superior Técnico (IST) e Sociedade Portuguesa de Radiologia e Medicina Nuclear (SPRMN).

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