Reabilitação psiquiátrica «é um imperativo ético»

De acordo com Maria João Heitor, diretora do Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental do Hospital Beatriz Ângelo, "é fundamental que os médicos internos de Psiquiatria, eventualmente nos estágios de psiquiatria comunitária, tenham contacto com a reabilitação psiquiátrica e possam encarar a abordagem às pessoas com doença mental grave de uma forma integrada, terapeuticorreabilitativa".

Segundo a presidente eleita da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental (SPPSM), "a vertente da reabilitação e recuperação deve ser instituída tão precocemente quanto possível. Tem de acompanhar a doença nas suas diferentes fases e necessidades. Isto significa que reabilitar na fase aguda da doença tem obrigatoriamente que ser diferente da fase de estabilização ou da fase crónica."

Desta forma, para cada doente "há que ser estabelecido um Plano Individual de Cuidados, que permita, em cada etapa, listar necessidades e metas a atingir com as atividades e abordagens selecionadas, avaliando a evolução e ganhos".



Acrescenta a especialista e coordenadora de projetos de Investigação e Desenvolvimento na Faculdade de Medicina de Lisboa, que "a construção do projeto de reabilitação envolve toda a equipa terapêutica, conjuntamente com o doente e familiares, e ajuda a ajustar as expectativas à realidade de cada um".

A responsável irá abordar este tema no XII Congresso Nacional de Psiquiatria, que tem já início na quarta-feira. Maria João Heitor explica que o workshop, intitulado "Da reabilitação psiquiátrica ao recovery na prática clínica", dirige-se a médicos e outros profissionais que estejam interessados na atualização de conhecimentos nesta área. "Conta com formadores e facilitadores com larga experiência, como os psiquiatras Maria de Lurdes Santos e Joaquim Gago". 

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